Os norte-americanos têm pela frente uma decisão colectiva que, além de influenciar o seu dia-a-dia, terá um forte impacto na comunidade internacional, designadamente na Europa.
Numa perspectiva mais próxima da realidade, a inflação, o aumento do custo de vida e as guerras podem fazer toda a diferença no momento do voto nos EUA.
As hesitações e o cinismo político em relação à Ucrânia e ao genocídio em Gaza também podem contribuir para quebrar um ciclo, sobretudo por força da juventude norte-americana que recusa pactuar com a evidente barbárie.
Por sua vez, a explosão da imigração também tem merecido críticas nas fileiras dos dois candidatos, no seio dos democratas e sobretudo entre os republicanos.
Por último, as ameaças à liberdade de expressão colocam em crise quem apregoa a defesa de qualquer outro direito, seja das mulheres ou das minorias.
O afastamento compulsivo de Joe Biden abriu uma janela de oportunidade à sua vice-presidente, mas não apagou os erros, alguns deles politicamente criminosos, num mandato em que ambos são co-responsáveis.
A polarização nunca foi a ameaça, é a governação opaca e corrupta que coloca em risco a Democracia
A percepção dos norte-americanos em relação a qual dos candidatos é mais capaz de gerir a economia, a liberdade de expressão, a paz, a imigração e a saúde vai determinar a escolha entre Donald Trump e Kamala Harris.
É a eleição da continuidade ou da mudança, inquestionavelmente entre um caminho velho e decadente e a promessa de um futuro ainda que cheio de interrogações.
O desafio é de monta: o mundo em que vivemos pode não aguentar mais quatro anos.