segunda-feira, 25 de novembro de 2024

CÚMPLICES PELO AR E MAR



No dia em que se comemora o 25 de Novembro de 1975, a mensagem mais actual continua a ser a mesma: a ditadura não passará, seja de esquerda ou de direita.

Por isso também vale a pena celebrar os mandados de captura internacionais, emitidos pelo TPI, para Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant (Israel) e Mohammed Deif (Hamas).

Dois incidentes ganharam actualidade: em 2021, um caça da Bielorrússia forçou a Ryanair a aterrar em Minsk para prender o jornalista Roman Protasevich; em 2013, José Américo Bubo Na Tchuto, ex-almirante da Guiné-Bissau, foi detido em águas internacionais.

Os casos são antigos, mas servem de aviso para todos os criminosos de guerra, pois é real o risco de serem capturados em espaço aéreo ou marítimo internacional ou sob jurisdição dos países, incluindo Portugal, que já acataram a decisão do tribunal de Haia.

As dezenas de cúmplices dos crimes de guerra em Gaza têm de ser escrutinados, tal como foi Vladimir Putin pelo desvario selvagem na Ucrânia, devendo ser alvos de idênticas medidas se assim se justificar.

Não faltam candidatos a prestar contas à justiça internacional, desde Joe Biden e Kamala Harris, sem esquecer Keir Starmer, Rishi Sunak, Emmanuel Macron, e Olaf Scholz, entre outros algozes.

O papel de Portugal, desde o ataque terrorista do Hamas, de 7 de Outubro de 2023, também merece a maior atenção, pois nem a dissimulação nem o maior ou menos grau de envolvimento podem diminuir a gravidade dos actos praticados.

A cidadania tem desempenhado um papel fulcral na denúncia e na forte condenação de quem mata e ajuda a matar civis e vítimas inocentes, seja na Palestina ou em qualquer outro lugar.

Os políticos da velha guarda continuam a acreditar que é possível fazer a guerra, com a monstruosa teoria dos danos colaterais, mesmo nos tempos em que a informação global já lhes escapou entre os dedos das mãos e dos aparelhos de Estado.

Olaf Scholz e a sua ministra Annalena Baerbock estão a caminho do despedimento, enquanto o presidente francês luta pela sobrevivência política e institucional.

A petição para destituir Keir Starmer, com mais de dois milhões de signatários, é apenas um começo, mais um exemplo de como a repressão e o controlo dos Media são insuficientes para escapar ao escrutínio global e à justiça internacional.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

UNIÃO EUROPEIA: O GRAU ZERO


O Parlamento Europeu assinala mil dias da invasão russa, porventura com a mira apontada para igual comemoração do genocídio em Gaza e da invasão do Líbano perpetrados por Israel.

Entretanto, Joe Biden avançou com a autorização para os ucranianos poderem usar os mísseis de longo alcance contra a Rússia, seguido imediatamente por França e Reino Unido.

É neste quadro alucinante que os cidadãos assistem ao suicídio do jornalismo, como sublinhou José Manuel Fernandes em artigo de opinião.

A este cenário pantanoso, que ainda assim não disfarça os sinais de pânico por todos os cantos do mundo, soma-se um desenvolvimento médio anémico, o qual não tem limitado mais e mais promessas fantasiosas.

O caso português é gritante, pois nem a fabulosa “bazuca” consegue romper o crescimento da ordem dos 1,7%.

Não é o único escândalo: Luís Montenegro continua com os cadáveres políticos dentro de casa, arriscando o futuro do próprio governo, onze mortes depois da constatação das falhas dos serviços de emergência médica.

A resposta dos norte-americanos ao desvario, à ficção e à corrupção de Estado, a que alguns chamam eufemisticamente “complexidade”, foi clara: a maioria de Donald Trump em toda a linha.

Olaf Scholz e Annalena Baerbock, a dupla falhada da Alemanha, exibem a sua estratégia errática, enquanto Josep Borrell lá se vai desfazendo em meias-medidas.

De cabeça perdida, assim vão os líderes mundiais, a brincar com uma realidade que avança para cenários impensáveis e inaceitáveis.

É a União Europeia no seu pior momento da história, no grau zero, com Portugal sempre a acompanhar de joelhos a evolução internacional.





segunda-feira, 11 de novembro de 2024

TRUMP: A FORÇA DOS JOVENS


A vitória avassaladora de Donald Trump não deixou margem para quaisquer dúvidas: os Estados Unidos da América não estão divididos, nem à beira da secessão.

O cinismo político de uma certa esquerda à deriva, porque deixou cair os princípios, foi derrotado por quem não aceita a guerra, o politicamente correcto na imigração e a inflação que castiga a classe média e os mais pobres.

A eleição do republicano só surpreendeu os fanáticos, quem ainda acredita, ou faz-de-conta, no que resta da isenção do jornalismo e da fiabilidade das sondagens.

O mais relevante nas eleições presidenciais norte-americanas é também um sinal de esperança: os jovens recusaram o status quo podre da dupla Biden/Kamala.

A liberdade de expressão e manifestação, tal como o arrastar da guerra na Ucrânia e do genocídio em Gaza, são inegociáveis para a juventude norte-americana, tal e qual como foram o Vietname e a invasão do Iraque.

A alternativa no século XXI não é o wokismo palavroso e folclórico, são medidas concretas e coerentes em favor da paz, dos imigrantes com direitos, do respeito pelas minorias, da vida digna, com saúde e segurança.

O progresso avança, com os Media tradicionais a perderem o exclusivo da mediação, pois a realidade está cada vez mais à mercê de um clique, na diversidade e pluralidade das redes sociais.

Só o sectarismo desmedido, de quem se contenta com o apoio de Hollywood enlameado, permitiu a tentativa incompreensível de desvalorizar a proposta de Robert Kennedy Jr (MAHA - Make America Healthy Again).

De igual modo, o apoio de Elon Musk foi decisivo, não por causa dos milhões de dólares que doou, mas pelos sonhos que voltou a transportar para a política norte-americana e mundial: o espaço e o combate à corrupção.

Ignorar os dois principais trunfos do 47º presidente dos EUA foi mais do que cegueira política, é a dogmática e obstinada recusa de um futuro reinventado, preferível ao presente e certamente melhor do que o passado de má memória.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

EUA: CONTINUIDADE OU MUDANÇA?



Os norte-americanos têm pela frente uma decisão colectiva que, além de influenciar o seu dia-a-dia, terá um forte impacto na comunidade internacional, designadamente na Europa.

Numa perspectiva mais próxima da realidade, a inflação, o aumento do custo de vida e as guerras podem fazer toda a diferença no momento do voto nos EUA.

As hesitações e o cinismo político em relação à Ucrânia e ao genocídio em Gaza também podem contribuir para quebrar um ciclo, sobretudo por força da juventude norte-americana que recusa pactuar com a evidente barbárie.

Por sua vez, a explosão da imigração também tem merecido críticas nas fileiras dos dois candidatos, no seio dos democratas e sobretudo entre os republicanos.

Por último, as ameaças à liberdade de expressão colocam em crise quem apregoa a defesa de qualquer outro direito, seja das mulheres ou das minorias.

O afastamento compulsivo de Joe Biden abriu uma janela de oportunidade à sua vice-presidente, mas não apagou os erros, alguns deles politicamente criminosos, num mandato em que ambos são co-responsáveis.

A polarização nunca foi a ameaça, é a governação opaca e corrupta que coloca em risco a Democracia

A percepção dos norte-americanos em relação a qual dos candidatos é mais capaz de gerir a economia, a liberdade de expressão, a paz, a imigração e a saúde vai determinar a escolha entre Donald Trump e Kamala Harris.

É a eleição da continuidade ou da mudança, inquestionavelmente entre um caminho velho e decadente e a promessa de um futuro ainda que cheio de interrogações.

O desafio é de monta: o mundo em que vivemos pode não aguentar mais quatro anos.