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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

UNIÃO EUROPEIA: O GRAU ZERO


O Parlamento Europeu assinala mil dias da invasão russa, porventura com a mira apontada para igual comemoração do genocídio em Gaza e da invasão do Líbano perpetrados por Israel.

Entretanto, Joe Biden avançou com a autorização para os ucranianos poderem usar os mísseis de longo alcance contra a Rússia, seguido imediatamente por França e Reino Unido.

É neste quadro alucinante que os cidadãos assistem ao suicídio do jornalismo, como sublinhou José Manuel Fernandes em artigo de opinião.

A este cenário pantanoso, que ainda assim não disfarça os sinais de pânico por todos os cantos do mundo, soma-se um desenvolvimento médio anémico, o qual não tem limitado mais e mais promessas fantasiosas.

O caso português é gritante, pois nem a fabulosa “bazuca” consegue romper o crescimento da ordem dos 1,7%.

Não é o único escândalo: Luís Montenegro continua com os cadáveres políticos dentro de casa, arriscando o futuro do próprio governo, onze mortes depois da constatação das falhas dos serviços de emergência médica.

A resposta dos norte-americanos ao desvario, à ficção e à corrupção de Estado, a que alguns chamam eufemisticamente “complexidade”, foi clara: a maioria de Donald Trump em toda a linha.

Olaf Scholz e Annalena Baerbock, a dupla falhada da Alemanha, exibem a sua estratégia errática, enquanto Josep Borrell lá se vai desfazendo em meias-medidas.

De cabeça perdida, assim vão os líderes mundiais, a brincar com uma realidade que avança para cenários impensáveis e inaceitáveis.

É a União Europeia no seu pior momento da história, no grau zero, com Portugal sempre a acompanhar de joelhos a evolução internacional.





segunda-feira, 11 de novembro de 2024

TRUMP: A FORÇA DOS JOVENS


A vitória avassaladora de Donald Trump não deixou margem para quaisquer dúvidas: os Estados Unidos da América não estão divididos, nem à beira da secessão.

O cinismo político de uma certa esquerda à deriva, porque deixou cair os princípios, foi derrotado por quem não aceita a guerra, o politicamente correcto na imigração e a inflação que castiga a classe média e os mais pobres.

A eleição do republicano só surpreendeu os fanáticos, quem ainda acredita, ou faz-de-conta, no que resta da isenção do jornalismo e da fiabilidade das sondagens.

O mais relevante nas eleições presidenciais norte-americanas é também um sinal de esperança: os jovens recusaram o status quo podre da dupla Biden/Kamala.

A liberdade de expressão e manifestação, tal como o arrastar da guerra na Ucrânia e do genocídio em Gaza, são inegociáveis para a juventude norte-americana, tal e qual como foram o Vietname e a invasão do Iraque.

A alternativa no século XXI não é o wokismo palavroso e folclórico, são medidas concretas e coerentes em favor da paz, dos imigrantes com direitos, do respeito pelas minorias, da vida digna, com saúde e segurança.

O progresso avança, com os Media tradicionais a perderem o exclusivo da mediação, pois a realidade está cada vez mais à mercê de um clique, na diversidade e pluralidade das redes sociais.

Só o sectarismo desmedido, de quem se contenta com o apoio de Hollywood enlameado, permitiu a tentativa incompreensível de desvalorizar a proposta de Robert Kennedy Jr (MAHA - Make America Healthy Again).

De igual modo, o apoio de Elon Musk foi decisivo, não por causa dos milhões de dólares que doou, mas pelos sonhos que voltou a transportar para a política norte-americana e mundial: o espaço e o combate à corrupção.

Ignorar os dois principais trunfos do 47º presidente dos EUA foi mais do que cegueira política, é a dogmática e obstinada recusa de um futuro reinventado, preferível ao presente e certamente melhor do que o passado de má memória.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

EUA: CONTINUIDADE OU MUDANÇA?



Os norte-americanos têm pela frente uma decisão colectiva que, além de influenciar o seu dia-a-dia, terá um forte impacto na comunidade internacional, designadamente na Europa.

Numa perspectiva mais próxima da realidade, a inflação, o aumento do custo de vida e as guerras podem fazer toda a diferença no momento do voto nos EUA.

As hesitações e o cinismo político em relação à Ucrânia e ao genocídio em Gaza também podem contribuir para quebrar um ciclo, sobretudo por força da juventude norte-americana que recusa pactuar com a evidente barbárie.

Por sua vez, a explosão da imigração também tem merecido críticas nas fileiras dos dois candidatos, no seio dos democratas e sobretudo entre os republicanos.

Por último, as ameaças à liberdade de expressão colocam em crise quem apregoa a defesa de qualquer outro direito, seja das mulheres ou das minorias.

O afastamento compulsivo de Joe Biden abriu uma janela de oportunidade à sua vice-presidente, mas não apagou os erros, alguns deles politicamente criminosos, num mandato em que ambos são co-responsáveis.

A polarização nunca foi a ameaça, é a governação opaca e corrupta que coloca em risco a Democracia

A percepção dos norte-americanos em relação a qual dos candidatos é mais capaz de gerir a economia, a liberdade de expressão, a paz, a imigração e a saúde vai determinar a escolha entre Donald Trump e Kamala Harris.

É a eleição da continuidade ou da mudança, inquestionavelmente entre um caminho velho e decadente e a promessa de um futuro ainda que cheio de interrogações.

O desafio é de monta: o mundo em que vivemos pode não aguentar mais quatro anos.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

MUNDO À BEIRA DO IRREVERSÍVEL

 

A disputa eleitoral nos Estados Unidos da América está a fazer luz sobre o maior paradoxo dos nossos tempos.

Além da argumentação dos fanáticos importa distinguir entre a realidade e a propaganda: o próximo presidente da maior super-potência vai continuar a implementar a agenda do “New American Century”?

A questão é da maior pertinência, pois a esquerda norte-americana (Clinton, Obama e Biden) tem executado acefalamente o projecto de liderança mundial dos “neocon”, delineado a partir de 1997, pelos herdeiros de George H. Bush.

A afirmação do Papa Francisco – «A palavra negociar é uma palavra corajosa» –, proferida em Fevereiro passado, não conseguiu romper as certezas e os fundamentalismos.

Não é preciso recordar a entrevista de Jeffrey Sachs para constatar o que os Media e o mainstream têm desvalorizado e até omitido.

A visão do economista, que conduziu a abertura económica de alguns países de Leste, após o fim da URSS, ignora a soberania, o povo e os ditadores sanguinários, mas questiona a paz no mundo à luz dos expansionismos e da força das secretas.

Se nada justifica qualquer branqueamento de Vladimir Putin, então chegou a hora de também admitir que este é o mundo à beira do irreversível, da adesão da Ucrânia à NATO e da III guerra mundial.

Compreende-se melhor a tirada de Donald Trump sobre acabar com a invasão da Ucrânia em 24 horas, se atentarmos à neutralidade do país liderado por Zelensky.

Joe Biden nunca foi a solução, como comprova o double standard em relação ao genocídio em Gaza.

Esta esquerda do século XXI não é confiável, nem cá nem nos states, porque o dogmatismo ideológico associado ao pragmatismo oportunista é tão ou mais incerto que um qualquer aventureiro no poder.

Enquanto a Europa afunda na irrelevância, Donald Trump ou Kamala Harris têm de enfrentar o pesadelo das armas.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

FIGHT! FIGHT! FIGHT!


Num mundo em que se mata e manda matar impunemente, às ordens dos Estados ou de um qualquer radicalismo doentio, o atentado contra Donald Trump corre o risco de ser apenas mais uma notícia condenada ao esquecimento.

Tratando-se de um lamentável e isolado acto selvático, ou de uma conspiração, a verdade sobre o que aconteceu na Pensilvânia está longe de poder ser garantida.

Os cidadãos estão cada vez mais vulneráveis em relação à loucura de quem manda, democraticamente ou não.

O noticiário diário da selvajaria tolerada, seja na Ucrânia, Gaza ou noutras latitudes, revela até que ponto a violência feroz e gratuita nos está a atingir.

Para já, apenas uma única certeza: a grosseria do erro dos serviços de informações norte-americanos, voluntária ou involuntária, está à vista.

Esta conjugação de factores deveria levar a uma séria reflexão sobre as condições que estão na origem de tanta aventura imperialista e expansionista, de tanta fúria social, de tanto extremismo no discurso e combate político.

Certamente, pouco ou nada vai mudar na ordem internacional, nas condições de vida dos indivíduos e na lei da selva que impera entre governantes e políticos, mantendo-se a impunidade dos mais fortes.

A tentativa de assassinato de Donald Trump não difere muito dos atentados planeados para Alexei Navalny ou Julian Assange, entre outros, porque os serviços de informações continuarão a ser à prova de qualquer escrutínio, um poder acima do Estado.

Depois do folclore habitual, de teorias e mais teorias, da condenação das redes sociais, de votos pios e apelos à moderação da parte dos incendiários, de um lado e do outro, resta a memória do grito: Fight! Fight! Fight!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

ALTA (IN)DEFINIÇÃO


A vertiginosa aceleração de acontecimentos extremos tem colocado os regimes democráticos à beira de um ataque de nervos.

Dos rosários das trafulhices de Biden e de Trump até à morte de Alexei Navalny tudo tem servido para alimentar um desnorte nunca visto.

A ameaça de “consequências devastadoras” para a Rússia, prometidas por Joe Biden, a 16 de Junho de 2021, esvaziou-se no preciso momento em que foi conhecida a morte do opositor a Vladimir Putin.

Entretanto, os europeus assistem, entretidos com grandes e eloquentes profissões de fé.

Entre proclamações e ovações ocas nada mudou, nem mesmo os candidatos à presidência dos Estados Unidos da América, ficando por saber o que poderá acontecer no caso de igual desfecho para Julian Assange.

Na política caseira, o acto eleitoral de 10 de Março tem igualmente colocado a nu a vertigem da reciclagem de receitas e clichés que já provaram a sua ineficácia.

Como se o caricato não fosse visível, os protagonistas enredam-se em múltiplas acusações, antecipando a repetição dos últimos oito anos de propaganda, de truques e de mentiras.

A bagunça é de tal monta que até magistrados se envolvem na praça pública com acusações mútuas, deixando um rasto de suspeições tão graves quanto os crimes que têm de investigar e julgar.

O desvario é universal, faltam referências, o escrutínio de instituições credíveis e até a análise e o comentário independente e idóneo.

Resta a emoção, em alta (in)definição, garantida por um entretenimento revisteiro que tenta emprestar dignidade a quem hesita em estar do lado certo da vida para enfrentar a realidade do dia-a-dia.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ARMA POLÍTICA


Os acontecimentos explosivos no Brasil, tal e qual como a dantesca situação interna portuguesa, continuam em evolução.

A efervescência política e social nem surpreende, nem vai ficar por aqui.

Depois de Donald Trump, Jair Bolsonaro continua a condenar o vandalismo sem se demarcar dos seus apoiantes.

Por cá, Fernando Medina, com a graça de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, exime justificações para a TAP e propala resultados obtidos à custa do abandono e sofrimento dos portugueses.

A violência é sempre condenável, seja a perpetrada pela força, seja a consumada através da dissimulação.

Aliás, é tão criminosa a invasão das instituições como a negligência nos cuidados de saúde, justiça, educação, segurança, etc.

Entre uns e outros, venha o diabo e escolha, pois cabem todinhos na violação dos princípios constitucionais e civilizacionais.

No momento da verdade, de um lado e do outro do Atlântico, emerge a mesma resposta: a sonsice, uma nova arma política do século XXI.

No Brasil, depois do circo da anulação da condenação judicial de Lula da Silva pelo órgão de cúpula da Justiça.

Em Portugal, com o espectáculo em curso da degradação institucional sob a forma de sucessivas tomadas de posse em nove meses.

Os direitos à manifestação, protesto e resistência não podem ser colocados em crise.

A tentação de um Estado ainda mais securitário nunca será a solução.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

MILITARES SEM HONRA NO AFEGANISTÃO


A situação no Afeganistão merece reflexão, nomeadamente à luz das últimas "pérolas" de Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho.

O ministro dos Negócios Estrangeiros teve a ousadia de falar de «honra da comunidade internacional», quando garantiu que os colaborantes com a força invasora estariam a salvo dos talibãs.

Este tipo de afirmações retiram qualquer credibilidade à diplomacia portuguesa, quando não hesita na propaganda ridícula para agradar aos norte-americanos e tentar salvar a pele.

Mas se o padrão é assim internamente, por que razão seria diferente em relação ao exterior?

Bastaria consultar um indicador para o governante corar de vergonha: o crescimento da papoila (base da heroína e das metanfetaminas) desde 2001.


Um ano após a entrada dos militares da NATO no Afeganistão, a área de cultivo cresceu 925%, uma proeza que deveria ser suficiente para silenciar politicamente George W. Bush até ao fim dos seus dias.

Barack Obama também tem resultados extraordinários: de 2009 a 2017, o crescimento foi da ordem dos 266%.

A performance de Obama foi de tal monta que o Conselho Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, em 2017, exortou a comunidade internacional e a ONU a enfrentarem «os desafios do controlo de drogas no Afeganistão».

Curiosamente, neste ranking da vergonha, Donald Trump tem apenas a medalha de bronze, pois no seu consulado houve uma redução de 68%, um registo que coincide com o início do mandato de António Guterres à frente da ONU.

Depois de muitas palavras ocas, os talibãs nunca viram a sua principal fonte de financiamento em risco, ou seja, o tráfico de droga, a lavagem de dinheiro e a corrupção sempre pesaram mais do que a origem da ameaça terrorista.

Os cerca de 5 mil militares portugueses, envolvidos no Afeganistão desde 2001, mereciam mais honra e menos esforços de persuasão para convencer os portugueses da bondade desta aventura desastrosa.

A disponibilidade para receber 50 refugiados afegãos, afirmada por João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, corresponde ao pragmatismo politicamente acéfalo da participação de militares portugueses na "libertação" do Afeganistão.

O comandante supremo das Forças Armadas e o primeiro-ministro pouco ou nada de relevante disseram sobre o Afeganistão, aliás, tal e qual como aconteceu em relação a Tancos.

Não é assim que se prestigiam as Forças Armadas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

À ESPERA DA AMÉRICA


O "cowboy" e o "self-made man" ainda continuam a fazer maioritariamente parte do ADN norte-americano?

As eleições presidenciais nos Estados Unidos da América são muito mais do que uma opção entre Donald Trump e Joe Biden.

É um momento de teste à alma americana que se traduz na escolha entre dois caminhos: a continuação da ruptura com o paradigma falhado ou o regresso do status quo em todo o esplendor.

Trump representa a continuação da luta contra os cânones de Washington, diabolizando a chamada imprensa de referência; Biden será a reedição de um modelo de governação em que o multilateralismo é temperado pelo marketing político e influência dos serviços secretos na política.

Depois de Obama ganhar com a força de "We Can", partilhando o Mundo com as outras superpotências, Trump quer renovar o sonho de hegemonia do "Make America Great Again" que continua a embalar os norte-americanos, enquanto Biden promete o moralismo de um aliado "Of the light, not the darkness".

E, goste-se ou não, deste lado do continente europeu, o errático Trump personifica melhor a imagem do "American way of life" que fez dos Estados Unidos da América a maior potência do mundo.

Mas esta eleição é também a renovação da "eterna" questão da emigração: por um lado, o fecho de fronteiras cruel; por outro lado, a alternativa de abertura para a exploração selvagem da mão-de-obra barata.

Também a questão racial pode, finalmente, fazer a diferença, numa realidade pós-Floyd, se ultrapassado o tradicional voto de abstenção ou em branco dos negros.

Para perceber o que está em jogo neste acto eleitoral, em que os latinos também podem sonhar, é preciso não esquecer a realidade de mais de 40 milhões de pobres, bem como de mais 140 milhões de cidadãos que admitem ter um rendimento insuficiente para pagar suas contas.

A vitória de Trump ou de Biden é ainda muito mais: de um lado, a arrogância da aposta na economia e no individualismo; do outro, a moderação que dá atenção à pandemia e ao colectivo.

Salvaguardas as devidas diferenças, a divisão brutal instalada não é assim tão diferente daquela que começa a emergir na Europa, decorrido quase um ano da descoberta da Covid.

No contexto de crise económica, os próximos actos eleitorais europeus também serão marcados por fracturas que ultrapassam a razão, a ideologia e a humanidade.

No país do consumismo, em que também se joga mais isolacionismo ou mais globalização, após muitos milhões de dólares gastos na publicidade de ambos os candidatos, fica para a História uma campanha de ódios, com "facts checks" para todos os gostos, ambições e carteiras.

O 46º presidente dos Estados Unidos da América tem uma herança: um país em que prevaleceram a força das instituições democráticas, o primado da Lei e a contribuição para a paz mundial.