O PS conseguiu vencer a nova aliança de direita que lidera o país, mesmo com rostos que saíram do anterior governo por indecente e má figura.
A Iniciativa Liberal é o segundo grande vencedor, por força da mobilização da irreverência, reconhecida por todos, emprestada por uma equipa que faz verdadeiramente jus a ser jovem.
João Cotrim Figueiredo ganhou dois eurodeputados, mesmo num país em que a maioria continua a acreditar que o Estado é o Pai Natal.
A aposta da AD na juventude, que serviu de mote para um enlatado à pressa para cabeça-de-lista, uma parada de casino, não chegou para evitar a derrota por pouco, politicamente tão significativa como o voto das legislativas.
O resultado eleitoral permitiu ainda descortinar um cartão amarelo ao Chega, proporcionando-lhe o primeiro grande tombo, quiçá a factura da caminhada de André Ventura ao lado de Pedro Nuno Santos no Parlamento.
Entre os outros derrotados, o Bloco de Esquerda e o PCP conseguiram escapar à humilhação política, elegendo um eurodeputado cada, muito por força da experiência de Catarina Martins e João Oliveira.
Quanto ao Livre, o falhanço pesa.
Passados mais de 60 dias do Executivo em funções ficou claro que os portugueses ainda confiam no PS para gerir os interesses do Bloco Central.
Por sua vez, Luís Montenegro ficou a saber que é preciso muito mais do que um novo rosto e uns toques ali e acolá, tanto em Portugal como para a Europa.
Feitas as contas, internamente, a mensagem é cristalina: não chega gente nova que faz política velha.
Em suma, em termos do novo Parlamento Europeu: as tradicionais famílias políticas (centro-direita e socialistas) garantiram as rédeas do poder, com Verdes e Liberais em perda, mas a alternativa da extrema-direita deu um novo passo em frente.