Mostrar mensagens com a etiqueta Crónicas Modernas Série V 90 2017. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Crónicas Modernas Série V 90 2017. Mostrar todas as mensagens

domingo, 19 de novembro de 2017

PSD: o futuro é já ali


O destino do PSD será determinado por dois factores: a herança de Pedro Passos Coelho e a eleição de um líder que assuma o combate por um Portugal mais livre.

Pedro Passos Coelho saiu pelo seu próprio pé, depois de ter enfrentado a fabulosa máquina que José Sócrates criou, e que ainda mexe, dentro e fora do PS.

Nem todos terão dado conta da dificuldade extrema que foi barrar os interesses desta gentalha, dia após dia, mês após mês, ano após ano.

Infelizmente, e apesar de ter tentado algum distanciamento, Pedro Passos Coelho nem sempre usou o mesmo critério em relação à outra gentalha homóloga do PSD, também composta por todo o tipo de gente, desde oportunistas a corruptos do tempo cavaquista.

Esta dicotomia de critérios foi fatal para a percepção dos portugueses em relação ao ainda líder do PSD.

Ninguém compreendeu, e podia aceitar, que a demarcação em relação ao universo de Sócrates não fora consubstanciada por igual atitude em relação aos pares de partido.

A máxima exigência em relação aos portugueses tinha de ter sido acompanhada por uma atitude cristalina em relação a todos, mesmo todos, que marcaram um passado de assalto aos bolsos dos portugueses que levaram o país à ruína.

Isso, sim, teria sido, manifestamente, marcar a diferença.

O mesmo se passou, infelizmente, em relação aos interesses difusos e inconfessáveis de terceiros em países como Angola, Venezuela e Brasil, aos quais Pedro Passos Coelho foi fechando os olhos sob o pretexto de uma alegada política de Estado.

Tal como na economia,  acelerar e travar ao mesmo tempo em política dá mau resultado, seja o projecto mais ou menos liberal.

Pedro Passos Coelho não quis, não soube ou não conseguiu ir mais longe, não arrancou a partilha do sonho de um país com mais transparência e menos corrupção, com melhor e menos Estado.

O seu sucessor vai ter pela frente o mesmo dilema: vai ter que escolher entre os tiques do passado e um projecto de futuro.

Tudo indica que a eleição do novo líder não deverá ser determinada por um projecto sólido, inovador e ousado, mas sim pelo somatório de vontades e interesses dos barões que mandam no partido, devidamente executados pelos instrumentais "boys" do aparelho.

Mas, como sempre, há sempre uma nesga de esperança.

Como Pedro Passos Coelho ainda tem o partido na mão, logo pode influenciar o resultado desta contenda.

Eis a última oportunidade do ainda presidente do PSD ficar na história, ao ajudar a eleger um líder limpo e capaz de fazer face aos interesses instalados.

Pode ser a última contribuição que lhe permitiria ainda aspirar a ter futuro político.