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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

ANTÓNIO COSTA FACILITA A VIDA DOS CRIMINOSOS


Após mais de 15 anos de funções ao mais alto nível do governo e do Estado, António Costa tem um conhecimento ímpar da realidade do crime financeiro, económico e dos mais diversos tráficos em Portugal.

Bastar recordar que já ocupou a pasta dos Assunto Parlamentares (XIII governo), da Justiça (XIV), da Administração Interna (XVII) e é primeiro-ministro desde 2015.

É surpreendente que algumas das vulnerabilidades do país, que foram notícia na última semana, tal como nas últimas décadas, continuem sem merecer a atenção do primeiro-ministro.

Num dia, a Comissão Europeia dá dois meses ao governo para «transpor diretiva anti-lavagem de dinheiro», porventura farta de ver Portugal transformado numa "lavandaria" para todo o serviço.

No outro, salta para a ribalta, a partir do Brasil, a descoberta de mais de meia tonelada de droga num avião com destino a Tires, Cascais.

Dado o extenso histórico de "lavagens" de todo o tipo e de falta de controlo nos pequenos aeródromos, por que razão continua António Costa a facilitar a vida dos criminosos?

É para atrair investimento, venha ele donde vier, com dinheiro limpo ou sujo?

Os negócios com Angola, China e Venezuela, para não falar de outros com países bem quentinhos, têm tido custos reputacionais incalculáveis.

Uns já estão na mira da Justiça, outros estão a dar origem aos mais diversos escândalos fiscais, entre os quais o último das barragens da EDP denunciado pela deputada Mariana Mortágua.

Esta resistência em abraçar as melhores práticas económicas e financeiras, que nos podiam trazer respeito e interesse por parte de investidores internacionais credíveis, continua a ser, ou não, um dos maiores mistérios do regime democrático.

Tanto mais que a Justiça não tem meios nem autonomia financeira para perseguir os meliantes de colarinho branco, alguns dos quais sentados, confortavelmente, à mesa do poder.

António Costa pode queixar-se do alheamento politicamente cínico do presidente que se remete ao silêncio quando os assuntos são da maior gravidade e de Estado.

E lamentar que a “casa” gasta actualmente o que já gastou no passado com os governos do PSD e CDS/PP.

E, por último, até pode beneficiar por Rui Rio entender que o escrutínio e a oposição devem ser assim-assim em tempos de pandemia.

Mas, passados todos estes anos, com o país a assistir a tanta dor, desigualdade e miséria, em plena presidência da União Europeia, não terá chegado a hora de António Costa agir?

É que já chega de fazer de morto, quando se trata de combater a “via verde” que facilita a vida dos corruptos.