Salman Rushdie foi atacado e esfaqueado 34 anos depois de ter escrito "Os Versículos Satânicos".
O acto criminoso ocorreu no Mundo ocidental, em Nova Iorque, bem abarrotado de líderes que convivem com ditadores e assassinos em nome de interesses estratégicos e negociatas.
O ataque perpetrado por um jovem fanático, norte-americano de origem libanesa, tem a dimensão trágica de mais um ataque à liberdade de expressão.
Em boa verdade, a barbárie não se resume à “fatwa” iraniana decretada por outro ditador em 1989.
O encarceramento de Julian Assange, decretado por outros fanáticos que aprovam leis que obrigam os tribunais, é a prova que este mundo dito civilizado não é assim tão diferente do obscurantismo do Terceiro Mundo.
Entretanto, em tempo de tenebrosidade, há eleições em Angola e Venezuela, países castigados pela corrupção e pobreza só possíveis pelo branqueamento de outros criminosos e ladrões de colarinho branco.
Que não haja qualquer mistificação: a violação dos Direitos Humanos tanto se faz à facada durante a luz do dia como através da censura de um qualquer chefe de gabinete ou assessor na sombra.
É esta a governação que continua a matar impunemente pelas armas, fome, prisão, tortura, discriminação, silêncio e cumplicidade.
Nos momentos em que a cidadania parece perdida há sempre uma voz mais livre: «Philipp Lahm, o antigo capitão da selecção alemã que conquistou o Mundial 2014, anunciou que não vai ao Campeonato do Mundo do Qatar».