Enquanto não é concluído o mais que necessário Livro Branco sobre a COVID-19, chegou a hora de começar a fazer contas.
A sério!
Sem demagogias.
E sem olhar ao ruído da máquina da propaganda principescamente oleada com os euros sacados dos nossos bolsos.
Actualmente, sabemos que a crise da pandemia terá custado mais de 15 mil milhões de euros.
Também sabemos que mais de cinco mil mortos ocorreram em Portugal por causa do vírus, bem como devido à suspensão e cancelamento de consultas e cirurgias.
E mais: fomos amavelmente informados que os hospitais da Grande Lisboa voltaram a suspender consultas e cirurgias para acorrerem ao aumento de casos em curso que, extraordinariamente, não preocupam o governo desnorteado e a DGS cada vez mais descredibilizada.
A questão é simples: não teria ficado mais barato ter um Serviço Nacional de Saúde (SNS) capaz, bem apetrechado, com médicos, enfermeiros e assistentes em número suficiente?
Esta é a pergunta que governantes e governados deveriam estar a fazer, reflectindo para melhor poder responder no futuro a qualquer eventualidade.
Aliás, esta matéria até poderia e deveria já ter sido estudada pelos organismos da Saúde, incluindo a politicamente amestrada Escola Nacional de Saúde Pública, entre outros.
Mas, para já, apenas o vazio do silêncio.
Mais do mesmo!
Do governo e dos partidos da oposição parlamentar.
Com um SNS de excelência, o primeiro embate da pandemia poderia ter sido absorvido, dando tempo a uma preparação extraordinária para qualquer agravamento e a um confinamento ponderado e com critérios objectivos.
As contas públicas agradeceriam esta tão simples racionalidade e boa governação.
Porventura não estaríamos na actual situação de aflição, com consequências devastadoras que começarão a ser sentidas a partir de Setembro, nem totalmente dependentes das ajudas europeias.
Neste debate essencial, o que tem feito a imprensa?
Salvo raras excepções, pouco mais do que debitar teses e números oficiais e apanhar a boleia da especulação, do medo e da ignorância, julgando poder tirar dividendos, mais uma vez, sem sucesso, do jornalismo medíocre a que insistem em chamar light.
Ninguém aprende com os erros?
Não!
Tudo é possível, enquanto existir o chapéu caridoso da União Europeia, a dívida poder aumentar desenfreadamente, a máquina fiscal continuar a extorquir o lucro de pessoas e empresas e continuarem as mortes que poderiam ser evitadas.
Até haver uma verdadeira cidadania.
Até haver uma verdadeira cidadania.