A semana começa com o credo na boca.
Os olhos e os corações estão concentrados nas negociações europeias para a aprovação do Fundo de Recuperação.
A cimeira europeia dos próximos dias 17 e 18 de Julho vai decidir o nosso futuro.
Sim, dependemos totalmente da solidariedade europeia para comer e tentar respirar nos próximos anos.
Mais uma vez, Portugal, com os socialistas na liderança do governo, é apanhado com as calças na mão, desta vez por causa da pandemia.
Ninguém, mas mesmo ninguém, se atreve a colocar a hipótese de não haver um acordo que faça chover mais dinheiro.
Mas nem tudo são rosas.
A eleição do novo presidente do Eurogrupo, um desastre diplomático para Portugal, não é um bom augúrio.
Apesar do apoio alemão a Nadia Calviño – candidata apoiada por António Costa – foi o irlandês Paschal Donohoe que venceu.
Em tempos de pandemia, e com a Alemanha cada vez menos disponível para pagar os interesses de cada um dos países, algo está a mudar entre os 27 países membros da União Europeia.
E o inicio desta mudança surge precisamente no momento em que Portugal ultrapassou os 260 mil milhões de euros de dívida pública, o valor mais elevado de sempre.
Não estamos tão mal como a Itália, mas também não temos a força da economia italiana, nem poderemos contar com a ajuda da afundada economia espanhola liderada por um governo PSOE/Unidas Podemos.
E o sacrossanto binómio exportações/turismo está em reparação.
É neste contexto que o país tomou conhecimento do "plano" de António Costa e Silva, um documento vago e sempre ao serviço, que nos faz regressar ao passado da discussão do TGV, com um toque de "La Seda" da nova fronteira de produção de hidrogénio.
Já não temos desculpa, porque já vimos e pagámos este filme de terror demasiadas vezes.
E nem mesmo o anunciado plano estratégico para a década, desta vez do PSD, serve para sossegar os mais realistas.
E vai ser, novamente – temos de ter Fé! –, um valha-nos a Europa.
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