segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E IMOBILIÁRIAS


A desastrosa inacção de António Costa nos últimos 10 anos, a que Pedro Nuno Santos não escapa, resultou num dos maiores estrangulamentos: a habitação.

O que mudou com Luís Montenegro?

Pouco ou nada, ou melhor, surgiu um novo caso – imobiliária do primeiro-ministro – com contornos ainda por esclarecer.

Para já, a falta de transparência é a primeira consequência, a exemplo do que aconteceu com o outro caso da licenciatura de José Sócrates, que aliás começou a cavar o seu fim político.

Num momento em que não se pode olhar para Belém para encontrar qualquer saída, a ameaça de comissão de inquérito, já admitida por André Ventura, coloca ainda mais em crise o governo minoritário.

A "tempestade perfeita" no mercado imobiliário não engana: a falta de investimento em habitação pública é responsável pela dificuldade de mais de metade da população em pagar uma casa para habitar.

Apesar da gravíssima crise de natalidade, a emigração foi a solução de 30% dos nascidos em Portugal, com idades entre 15 e 39 anos.

A falta de vontade política para resolver a gravíssima crise na habitação é patente, reiterada e inquestionável.

A especulação desenfreada não pode ser dissociada da preferência de governantes e deputados pelo sector imobiliário para ganharem a vida, comprovando que o poder enche os bolsos com uma crise que penaliza milhões de portugueses.

Os 850 mil jovens que abandonaram o país para assegurar melhores condições de vida deveriam obrigar Luís Montenegro a dar explicações cabais ou então a retomar a sua vida de advogado, consultor e empresário no sector imobiliário.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

MUNDO A MUDAR, EUROPA PARALISADA


A decepção com a governação de Luís Montenegro é muito mais do que um fado português.

É o esgotamento de um modelo europeu – cultural, social, político e institucional – que já não resiste à liberdade acentuada pelas redes sociais.

A geometria variável na política e na economia, tal como nas relações internacionais e diplomacia, sem transparência, sem valores e sem referências, está a atirar os 27 para o abismo.

O fenómeno Donald Trump apenas acelerou o processo em curso, acentuando o novo paradigma: Mundo a mudar, Europa paralisada.

O arrepiar de caminho é a única alternativa para a sobrevivência de um estilo de vida a que os europeus estão habituados, e não parecem dispostos a abrir mão, mesmo que tenham de optar por soluções radicais.

Entre muitos exemplos, o crescimento da pobreza, em Portugal como em Espanha, é apenas mais um sinal da estrondosa falência da governação de esquerda, que assim confirma ter há muito esquecido as suas prioridades fundamentais.

Os costumes modernaços e a falsa rábula humanista para justificar a selvajaria na imigração têm os dias contados, tal e qual como a velha ordem, a política assente na corrupção e as desigualdades sociais gritantes.

O discurso demolidor de JD Vance, recordando os valores fundadores das democracias ocidentais, designadamente o direito à livre opinião, expressão e manifestação, é a pedrada no charco que faltava.

A Administração norte-americana está a colocar em cima da mesa as suas propostas, enquanto os líderes europeus continuam enredados em hesitações e manobras de diversão.

É tempo de respostas concretas, sem espaço de dúvida ou confusão com os líderes das ditaduras, fazendo valer o que fez do continente europeu o berço da civilização.

 A censura, a guerra e o rearmamento não são soluções, apenas o adiar das escolhas que vão determinar o futuro do continente europeu.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

PORTUGAL: CONTINUA A VALER TUDO

 

A pouco mais de um mês do XXIV governo completar um ano de exercício de funções, o sentimento de descrença dos cidadãos não se alterou com a mudança de primeiro-ministro.

O limite do absurdo foi atingido com a confissão de Luís Montenegro na Assembleia da República, no último debate quinzenal: «Há muitas pessoas que morrem porque não têm a oportunidade de ter uma intervenção cirúrgica a tempo».

Nunca tal fora dito e visto, com tanta sincera crueldade, tanta desfaçatez e insensibilidade políticas, mas nem assim se assistiu ao mínimo vislumbre de sobressalto cívico.

O escrutínio persiste acantonado no deputado das malas, enquanto outros deputados foram acusados de outras monumentais “maladas” só ao nível das proezas de um Bloco Central alargado que continua a condenar os portugueses a mais e mais pobreza.

Entretanto, os líderes e responsáveis partidários atropelam-se a apontar o dedo ao Chega, reclamado que se trata de um igual, sem se darem conta do ridículo ao fazerem prova do lamaçal em que estão enterrados até ao pescoço.

Neste quadro de calamidade, que dura há décadas, paira o que resta da credibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa, escondido atrás das prerrogativas das funções para evitar prestar contas em sede de comissão parlamentar.

Quando ouvimos que foi desta que Portugal bateu no fundo, eis que surge mais uma qualquer façanha do regime para assegurar que o buraco aparentemente não tem fundo.

Carlos Guimarães Pinto volta a clamar em vão: «Quase dois anos depois da aprovação de uma lei, o Estado continua sem a aplicar por causa de um problema informático».

Nada, nem uma reacção, só o silêncio de quem se acostumou à impunidade.

Apesar das promessas eleitorais, que hoje certamente a esmagadora maioria já concede como falsas e fantasiosas, sucedem-se os exemplos de um desvario político e institucional que obriga a recordar a governação de António Costa.

Continua a valer tudo, com Luís Montenegro, restando apenas saber até quando e a que preço.