O “grande momento de televisão” na Casa Branca, símbolo do poder mundial, entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, ficará nos anais como um dos momentos de maior desconstrução do funcionamento do poder.
O que fica é a forma brutal como os líderes dos Estados se relacionam entre si, relegada a questão da forma (fato, linguagem, etc.) tão apreciada pelos afins e mercenários, tanto mais que o hábito não faz o monge.
O Mundo ouviu e viu, ao vivo e a cores, como o mais forte espezinha e humilha o mais fraco, à revelia de todos os valores e da lei internacional.
A conversa entre “animais”, uns mais facínoras do que outros, é comum nos bastidores, nas negociações militares ou económico-financeiras que ficam no silêncio dos corredores, pelo que substantivamente nada de novo aconteceu.
O que ainda mais impressionou nesta selvajaria é a discussão da paz na Ucrânia invadida, tão querida da Europa, enquanto permanece o faz-de-conta em relação à Palestina, ao Sudão e noutros lugares vítimas do impune tráfico de armas.
Facto: em qualquer dos casos, sejam quem forem os contendores, bastava fechar a torneira das armas.
A realidade que tem conduzido o Mundo ao desastre continua a ser determinada no século XXI por egos e lideranças brutais, em democracia ou em ditadura, impondo termos devastadores e consequências irreparáveis.
Com os preparativos da III guerra mundial em marcha, Portugal assiste a mais uma crise política interna em que os algozes fazem de cordeiros e o coro das facções aplaude uns e outros.
Não é preciso invocar o escândalo Watergate, entre outros, para confirmar que a transparência, agora estrondosamente reconfirmada na Sala Oval, é um activo de enorme importância.
Se
Portugal fizesse da transparência um desígnio nacional, os portugueses não
seriam tão pobres e repetidamente esmagados com a cumplicidade da elite, da
classe política e até, nalguns casos, da comunicação social.
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