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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

CAIR NA REAL


Ainda que os milhares de milhões de euros do PRR possam vir a mitigar alguns dos estrangulamentos, as actuais aflições dos portugueses não vão ter solução no curto prazo.

Não é possível esperar um milagre, nem mesmo com o Cardeal do PS.

Nem é possível manter a situação de caos nos serviços públicos, pois os protestos já reúnem a esquerda e a direita na rua, dos moderados aos radicais.

A recente intervenção de Carlos Guimarães Pinto diz tudo: «A saúde é grátis, mas não há médicos; as creches são grátis, mas não há vagas; a escola é grátis, mas não há professores; os passes são grátis, mas não há comboios. (...) É tudo grátis, mas nada funciona».

O desvario da governação, amparado pelo branqueamento e folclore de Marcelo Rebelo de Sousa, tem um preço que começa agora a ser inquestionavelmente visível e palpável.

A solução não passa por castigar os mesmos do costume, os mais pequenos, os trabalhadores por conta de outrem e os contribuintes.

Nem tão-pouco por alimentar ficções, entre os quais, por exemplo, se destaca a dos mais jovens terem acesso a uma casa no centro das cidades, sonho que rareia nos países da União Europeia.

Custa assistir à desvalorização dos sinais de falência que estão à vista de todos.

A maioria absoluta concedida ao PS, que visava precisamente a implementação de políticas de fundo capazes de fazer a mudança, precisa de ser urgentemente reanimada.

É tempo de interromper os silêncios arrogantes, as falsas negociações, os diálogos de fachada, a corrupção endémica e a propaganda levada a cabo por mercenários e afins. 

A situação na escola, habitação, saúde, segurança e tribunais não coloca só o governo de António Costa à beira do precipício. 

São as instituições na iminência da descredibilização.

É preciso cair na real para poder construir um futuro.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

2021: VACINAS E PANDEMIAS


No final de um ano marcado pela crise, opacidade e autoritarismo reforçado à boleia da pandemia, o governo marcou pontos no início do processo de vacinação.

A transparência do primeiro dia da vacina anti Covid, permitindo aos jornalistas verem como estava a decorrer o processo, é um sinal prometedor.

O optimismo regressou aos rostos dos profissionais de saúde, deixando uma mensagem de credibilidade na cura que pode fazer toda a diferença.

Seguir-se-ão outras vacinas e sucessivos grupos prioritários, dia após dia, num processo que deve reunir todos os esforços e meios existentes para proceder à vacinação da população no mais curto prazo possível.

Embora a batalha não esteja ganha, muito longe disso, a verdade é que com mais informação é possível salvar vidas e começar a reconquistar a confiança dos cidadãos.

Mas que não haja quaisquer dúvidas: 2021 vai ser muito mais do que a luta contra a Covid.

Outras pandemias, como a pobreza, a desigualdade, a injustiça, a insegurança, o nepotismo e a corrupção, continuam a assolar a vida dos portugueses.

A criação de um verdadeiro programa de recuperação económica não pode ficar por mais um qualquer grande projecto para melhorar os grandes agregados estatísticos e servir as clientelas do costume.

E têm de ser tiradas lições de um SNS de fachada, apostando num serviço público de saúde que não deixe morrer os cidadãos por falta de equipamentos e recursos humanos.

E, já agora, até podemos sonhar com uma justiça mais célere e credível, sem confusão com qualquer tipo de securitarismo.

Vamos começar um novo ano com uma realidade assustadora.

Os idosos estão a ser liquidados: Até ao final de Novembro morreram mais de 47 mil idosos com 85 ou mais anos: mais 10% do que em 2019 e em 2018 (Pordata). 

E os jovens desesperam pelo futuro: A taxa de desemprego de jovens de menos de 25 anos é de 18,3%, ou seja, igual àquela que existia em 1983 (Pordata).

É preciso mais criatividade, mais modernidade e mais transparência para encontrar soluções potenciadoras da vida, do emprego e de confiança no futuro.

Chega de tempo perdido com folclore, megalomanias e falsas uniões de circunstância.

2021 é o ano de todos os riscos e esperanças que não podem ficar por meras palavras e mais propaganda.

E ficará marcado por eleições presidenciais.

No dia 24 de Janeiro elegemos um presidente da República que deve e pode ser um dos principais motores de uma reforma do sistema político por tantos e tantos ansiada.

Face a uma campanha eleitoral, em que o contacto popular tem de continuar a ser a regra, a vacinação dos candidatos presidenciais seria um sinal de respeito pela cidadania activa. 

Uma forma simbólica de começar a viver o verdadeiro sentido da Democracia.

Feliz Ano Novo.