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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

MAL MENOR ABENÇOADO PELO PAPA


O regime democrático elege, as ditaduras não, mas os cidadãos estão confrontados com a fatalidade de continuarem a ter de optar por soluções em que não acreditam.

A abstenção e o voto em branco têm sido resistências falhadas, pois permitem às lideranças políticas, através de meios legítimos e ilegítimos, mais facilmente conquistarem o poder.

É a única equação possível?

O Papa Francisco acha que sim, ao abençoar a escolha do mal menor, de acordo com as últimas declarações sobre os dois candidatos às próximas presidenciais norte-americanas.

A vida não passa por legitimar mais do mesmo – arbítrio, desigualdade, exclusão, fome e guerra –, seja qual for a Fé, a ideologia e o hábito do monge.

A escolha pela positiva, pelo apoio a alternativas ainda que imperfeitas e de risco, é a melhor forma de fazer face a quem tem conduzido a Humanidade ao espectro da aniquilação mútua.

Elon Musk defende o DOGE (Department Of Government Efficiency), enquanto Robert Kennedy Jr pugna pelo “Make America Healthy Again”, o maior ataque de sempre aos impérios das indústrias químicas e de alimentos processados.

São duas formas de evitar o desastre à vista, limitando o poder de quem manda na sombra, com o mérito de combater a apatia generalizada.

É preciso afirmar bem alto que os criminosos – os que levantam as armas e os que toleram a barbárie – nunca podem ser a opção.

A resignação, o silenciamento, a censura e a perseguição nunca podem substituir a palavra livre e o escrutínio democrático, pois matar a cidadania é tão perigoso como todo o arsenal nuclear do planeta.


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

VOLTAR A LUTAR PELA LIBERDADE


A manifestação gigantesca pela liberdade de expressão no Brasil, activada pela direita, e o apoio a Kamala Harris, prontamente agradecido, de um criminoso de guerra, Dick Cheney, dão a dimensão da actual vertigem.

A onda de violência de Estado, que perpassa a Alemanha, a França e o Reino Unido, é apenas mais outro degrau da tragédia em curso.

O que resta?

Os cadáveres dos palestinianos, ucranianos e demais povos que tombam às mãos dos senhores da guerra.

Crianças e idosos liquidados a sangue frio jamais serão esquecidos, as de hoje como as das guerras mundiais e demais conflitos hediondos.

Imaginar que é possível perpetuar esta realidade pavorosa, através da proibição das redes sociais, só é admissível a quem já perdeu completamente o juízo.

Quando as democracias não se distinguem das ditaduras, pelos princípios e acções, então o resultado só pode ainda piorar.

Quem são os responsáveis?

Os responsáveis são aqueles que sempre estiveram disponíveis para ganhar uns cobres a fazer negócios com assassinos, em nome de alegados postos de trabalho e solidariedade com os povos oprimidos.

Quem tem as mãos cheias de sangue nunca poderá garantir nada, nem o modo de vida ocidental, nem o Estado de Direito, nem a cidadania, nem o futuro.

Mais um passo em direcção ao abismo: a apatia em relação à escolha da liderança da Procuradoria-Geral da República que deixará marcas profundas.

Já nem a lei da rolha, as palavras redondas e as luvas de pelica conseguem disfarçar quem são, o que são e ao que vêm.

Hoje é preciso voltar a lutar pela liberdade, porque os líderes eleitos em democracia estão a percorrer perigosamente caminhos semelhantes aos dos ditadores.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

PODER POLÍTICO SEM SOLUÇÕES


A derrota estrondosa de Marine Le Pen não pode desvalorizar a duplicação de mandatos, o que explica que tenha afirmado que a «maré está a subir».

Qual ingenuidade, para escapar a um extremo dá-se a vitória ao outro extremo, à esquerda, com Jean-Luc Mélenchon a puxar pelos galões da representatividade.

Não há qualquer dúvida: os últimos 20 anos foram um tempo perdido.

Voltámos ao início do século, em que o princípio do suposto mal-menor continua a baralhar os cidadãos – António Guterres/ Durão Barroso, Santana Lopes/ José Sócrates, António Costa/ Rui Rio ou Luís Montenegro/ Pedro Nuno Santos.

O voto já não é por razão, convicção e futuro, mas uma mera reacção às alternativas artificiais e de circunstância em cima da mesa.

Será esta a solução democrática do século XXI?

Do mal, o menos, assim vai a vida nas democracias ocidentais, afundadas na falta de racionalidade, na geometria variável, na exclusão social crescente e na exploração da imigração ao nível dos tempos das cavernas.

Eis a forma de perpetuar o poder que vive na sombra, porque lhe permite manter a força, os interesses e os objectivos, sejam quais forem os vencedores e os vencidos.

O paradoxo está à vista, sem um vislumbre de estadistas.

Menos mau, as ditaduras são ainda piores.

À mercê das grandes corporações, os líderes políticos obedecem, ajoelhando, limitando-se servilmente a garantir mais e mais mecanismos de controlo dos cidadãos.

O status quo, cada vez mais precário, fomenta o impasse, cujo expoente é a onda brutal de guerra e mais guerra.

O pragmatismo, a globalização selvagem e a corrupção continuam a ser a tripla do poder político sem soluções para sociedades que se contentam com a miragem da liberdade, igualdade e fraternidade.