segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
JORNADA E BANHA DA COBRA
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
CARLOS MOEDAS: VITÓRIA EXEMPLAR
E um exemplo do
que pode ser a tal política dos "Novos Tempos".
Carlos Moedas deu uma lição de como se faz oposição e se vence.
Depois de um discurso de vitória memorável – «Podemos mudar o sistema, porque a Democracia não tem dono» –, é no terreno que se prova a nova forma de fazer política.
Tal como aconteceu a Pedro Passos Coelho, o novo presidente da Câmara de Lisboa vai ter pela frente uma tarefa hercúlea, com inúmeros obstáculos que vão demorar a ultrapassar.
E não pode cometer os erros do messianismo bacoco.
Em política, a convicção continua a pagar, desde que seja genuína.
A sinceridade de um plástico achinesado, mais ou menos liberal, está tão condenada no poder como na oposição.
Não basta denunciar, de vez em quando, o que vai mal, para de seguida calar e manter os mesmos vícios e negociatas dos lóbis do costume.
A segunda taxa de abstenção mais alta, desde as primeiras autárquicas, em 1976, não pode ser varrida, mais uma vez, para debaixo do tapete.
É preciso um caminho alternativo, força, tenacidade e dar a cara, constantemente, para mobilizar e reconquistar os cidadãos.
Em Portugal, a estratégia de Bloco Central é um bafiento anacronismo político, uma espécie de desculpa esfarrapada para eternizar um sistema podre.
De uma penada, Carlos Moedas abriu as janelas da capital de par em par.
Atirou António Costa mais cedo para a Europa.
E alertou os partidos políticos para um arejamento indispensável.
Portugal ganha sempre com uma oposição presente, firme, que não pactua com a arrogância, com o clientelismo e com a corrupção.
Não perceber o alcance da vitória de Carlos Moedas é apenas mais uma teimosia condenada ao fracasso.
Começou um ciclo
de uma nova geração de políticos em que o discurso pomposo, rasca ou de feira,
o marketing político e as sondagens encomendadas não garantem a vitória.