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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

FRANCISCO: A IGREJA NO SÉCULO XXI

 

É o fim do carregar a cruz, a culpa e a resignação.

Acabou o discurso bafiento de todo o tipo de abusos, dos sexuais à violência doméstica, entre outros.

O carácter extraordinário desta mensagem simples e justa entusiasmou os jovens e muitos outros que querem uma Igreja mais próxima, e distante de uma hierarquia balofa, reaccionária e corrupta.

A Igreja aberta a todos, todos, todos, sem portas, é um mais um passo gigante, é um contributo extraordinário para o reforço da Fé e da cidadania.

Ao acender a busca livre pelo amor e justiça, ao incentivar que cada um de nós se levante, ao apelar à intervenção sem medo, o Papa Francisco colocou o dogma a par da vida concreta, abrindo um universo de exigência de cada um para consigo próprio.

A mensagem revolucionária do Papa Francisco, durante os cinco dias da Jornada Mundial da Juventude, surpreendeu todos, do Vaticano aos crentes e aos ateus, da direita à esquerda.

A tentativa de minimizar esta mensagem única, ao número de peregrinos que estiveram em Lisboa, ou à experiência de uma viagem Erasmus ou de Interrail, diz tudo sobre a direita conservadora em choque e sobre a esquerda do poder atarantada.

Depois do concílio do Vaticano II, de João XXIII a Francisco I, Lisboa assistiu ao primeiro grande momento da Igreja católica no século XXI.

Os 80 milhões de euros pagos pelos portugueses, que mal têm para comer, tratar da saúde ou ter uma casa condigna, continuam a chocar, mas a força da mensagem do Papa Francisco atenua o mal-estar do folclore, marketing e pretensa demonstração de força.

segunda-feira, 31 de julho de 2023

NÃO CONSEGUIMOS! PORTUGAL, LISBOA

 

A maior produção de um espectáculo em Portugal está prestes a arrancar com a chegada do Papa Francisco.

Os poderes institucional e político rejubilam, tal como “tilitam” os cofres da Igreja à custa de mais um esforço dos portugueses que mal têm dinheiro para comer.

Passados mais de três anos do anúncio eufórico de Marcelo Rebelo de Sousa, a Jornada Mundial da Juventude está aí, rodeada de tanta Fé quanto o mais sofisticado marketing capaz de fazer corar qualquer outro festival.

Não conseguimos! Portugal, Lisboa.

Não conseguimos retirar os sem abrigo da rua, antes convivemos com mais e mais pessoas no limite da sobrevivência.

Não conseguimos ter cuidados de saúde dignos desse nome, antes somos confrontados com mais mortes à porta das Urgências.

Não conseguimos vencer a pobreza, antes estamos a assistir ao êxodo dos jovens, ao sofrimento dos mais idosos, ao desaparecimento da classe média e ao mascarar da crescente pobreza com um assistencialismo pífio desta esquerda.

Não conseguimos ter uma escola em paz, capaz de garantir o elevador social, substituída pela aposta na imigração sem cuidar da mais elementar dignidade humana.

Não conseguimos ter uma justiça capaz de honrar o Estado de Direito.

Não conseguimos garantir a segurança dos cidadãos, nem mesmo dos agentes da autoridade, agredidos e esfaqueados na rua.

Não conseguimos ter uma banca e um tecido empresarial competitivos, por causa de uma elite medíocre, corrupta e venal à disposição dos vícios do poder.

Não conseguimos ultrapassar o triste fado do expediente, usando e abusando dos ajustes directos.

Não conseguimos ter cidadãos livres, capazes de assumir a cidadania sem medo de represálias.

Na semana que passou, os exemplos de Artur Bordalo e Tiago Oliveira são honrosas excepções, que rapidamente serão esquecidos, assumindo cada um o preço da luta pela nossa liberdade.

Este é o retrato do país que vai receber o Papa Francisco, por maior que seja a devoção e a publicidade.

Esta é a ostentação que o então Cardeal Bergoglio criticava viva e frontalmente antes de ascender à cadeira de Pedro.

Esta é a Igreja de D. Manuel Clemente e de D. Américo Aguiar.

Não conseguimos! Portugal, Lisboa.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

D. AMÉRICO AGUIAR: POLÍTICA, COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS

 

À medida que o Papa Francisco se aproxima do fim, a Fé volta a vergar à diplomacia, aos interesses e aos negócios.

Desde a simpatia com Lula da Silva, quando os evangélicos somam fiéis no Brasil, ao ponto de já estarem taco-a-taco com os católicos, à recente indicação de D. Américo Aguiar para Bispo de Lisboa.

Afinal, quem é este membro da hierarquia da Igreja portuguesa?

Além de delfim do actual Patriarca, D. Manuel Clemente, que prometeu tanto quanto desiludiu, é o homem da política (autarca do PS em Matosinhos), da comunicação (Rádio Renascença) e dos negócios (Jornada Mundial da Juventude).

Nem a sua passagem pelos escuteiros e pela comissão diocesana de protecção de menores, dois pântanos da pedofilia na Igreja, atrapalharam a promoção do ambientalista com radicalismo quanto baste.

Nem a falta de um passado de evangelização e de acção pastoral de D. Américo Aguiar, em tempos tão difíceis, travaram o tradicional pragmatismo do Vaticano.

O próximo Patriarca português segue a linha do situacionismo da hierarquia da Igreja portuguesa, pontuado por um reaccionarismo oportunista, agora com um toque de modernidade assente na comunicação, no marketing e na atenção aos cofres do pilim.

Afinal, o Papa Francisco, no momento em que poderia ter dado um sinal de mudança em relação a uma hierarquia bafienta, cada vez mais silenciosa na defesa dos mais pobres, optou pela continuidade.

Nem os alarmantes sinais de distanciamento da juventude em relação à Igreja, não à Fé, foram suficientes para preparar a Igreja portuguesa para os desafios do século XXI.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

JORNADA E BANHA DA COBRA


Há vinte e cinco anos quiseram convencer-nos que a venda de bilhetes para a Expo’98 seria suficiente para pagar o investimento.

É a espécie de “retorno” à portuguesa, só possível de engolir por cidadãos crédulos, com níveis baixos de literacia e desesperados para sobreviver.

Agora, a Jornada Mundial da Juventude faz o mesmo percurso, com a mesma opacidade, banha da cobra e coro de afins que se atropelam para apanhar as migalhas.

Para trás, no rodapé de letras pequeninas, fica o exemplo espanhol, em que o Estado não despendeu um tostão dos contribuintes.

Ah, a oportunidade para revitalizar a zona ribeirinha do Trancão, mais uma das meias mentiras para justificar o injustificável.

“Conseguimos! Portugal! Lisboa!

Só faltava mesmo, no actual abandalhamento institucional, a cúpula da Igreja desmentir formalmente Marcelo Rebelo de Sousa.

Projectos megalómanos, custos faraónicos e um país condenado a um futuro de miséria para promover o efémero.

Não há um católico, digno desse nome, capaz de aceitar tal monstruosidade que apenas serve para alimentar o ego de políticos de pacotilha e as respectivas clientelas.

Agora, sim, por um segundo, imaginem mais saúde e menos listas de espera, mais habitação e menos sem-abrigo, mais educação e menos descontentamento, etc.

Imaginem o “lucro” que seria para os portugueses.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

FAZER VISTA GROSSA


Manuel Soares, presidente da ASJP, assinou um excelente artigo de opinião, dando conta, inteligentemente, do assalto que a arbitragem poderá estar a esconder há décadas.

O assunto não é novo, Maria José Morgado já o havia denunciado desde 2002.

Passados 20 anos, como é possível que se mantenha uma situação que configura um exemplo da tal corrupção legalizada?

O problema não se fica pelas relações entre o Estado e os privados, basta recordar a Igreja portuguesa e os abusos perpetrados pelos padres.

É este deixar andar cúmplice que explica, em parte, o que se passa no país, SNS e vistos gold, entre outros, sem esquecer as últimas sobre Álvaro Sobrinho e o caso BES/BESA.     

O “estado da arte”, tão bizarro quanto abjecto, teve um ponto alto com a entrevista de Magalhães e Silva, em que admite que dinheiro chegava aos partidos portugueses em malas vindas de Macau.

Entre o descaramento e o assomo de honestidade, venha o diabo e escolha.

Já não há instituição, propaganda, selfie e informação industriada capazes de branquear a evidência nauseabunda.

Não podemos perder a esperança, muito menos desistir, baixar os braços e continuar a deixar passar tanta afronta, para não lhe chamar crimes.

O último anúncio de Luís Neves é um grito de alerta: a partir de Setembro, o director da PJ encetará esforços para que o acesso a outras bases de dados possa ser protocolado.

A promessa, mil vezes repetida, durante as últimas décadas, não pode cair em saco roto.

Já basta o que basta, em que o primeiro-ministro, o presidente e demais altos responsáveis fazem vista grossa.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

NA ORDEM DO DIA


O espírito de missão é mil vezes invocado na hora da entrada, da permanência e da saída do poder.

A meio do caminho, não faltam as referências ao sacrifício pessoal.

E, no fim, o encargo do tráfico de influências num ambiente de tagarelice redobrada, alimentado por uma imprensa cada vez menos livre.

Foi assim, ontem, com as grandes obras públicas, os fundos europeus, as PPP’s e até os grandes eventos internacionais.

É assim, hoje, com os bancos, a defesa da aventura do hidrogénio, a exploração das minas de lítio e a construção do novo aeroporto de Lisboa a qualquer preço.

Não é por acaso que o “Bloco Central” ressurgiu.

Tem valido tudo para servir a propaganda do “somos os maiores”, mas em relação à corrupção e às offshoresLuandaLeaks, LuxLeaks, Panama Papers, Pandora Papers, SwissLeaks, WikiLeaks – só restam boas intenções há décadas.

Aliás, até apregoam que estamos na linha da frente mundial nas energias renováveis, mas não há sinal de igual ambição no SNS.

Não faltam outros exemplos, desde a Educação à Justiça, sem esquecer o atropelo às liberdades individuais.

As decisões institucionais e públicas atendem mais depressa os grandes interesses do que resolvem os problemas do dia-a-dia dos cidadãos.

O Estado está capturado por todo o tipo de interesses, incluindo os criminosos, sendo cada vez mais um espaço de intermediação de lucros e comissões do que de defesa do interesse público.

E não hesita em perseguir quem revela os seus abusos de poder e monumentais roubos – Julian Assange e Edward Snowden, entre outros.

O Papa protesta, a igreja lava as mãos e os servidores da causa pública alimentam mais folclore.

Os cidadãos indefesos, que mal conseguem manter a saúde e sobreviver, até têm agora de enfrentar a politicamente insolente ameaça velada de obrigatoriedade de uma vacina que ainda levanta dúvidas.

Na ordem do dia está o próximo acto eleitoral.

É mais do que escolher 230 deputados, é mais uma oportunidade para aliviar o país de tantos e tantos servidores públicos, que pouco ou nada fizeram e fazem, e eleger quem seja capaz de combater a farsa que nos tem atirado para a miséria.