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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

QUEM GANHA COM O PÂNTANO POLÍTICO?


Os primeiros sinais do início da catástrofe económica, financeira e social abriram uma crise política. 

Não vale a pena disfarçar, porque já está instalada.

Há apenas uma de duas escolhas: fazer de conta que #vamosficartodosbem ou arrepiar caminho.

Para quem tem muitas explicações a dar, com mais ou menos branqueamento soft ou musculado, só interessa manter tudo como está para melhor escapar às responsabilidades.

O presidente da República tudo fez e fará para que assim aconteça, beneficiando das "águas estagnadas" para tentar ser reeleito nem que seja por menos de 50% dos eleitores, como aconteceu em 24 de Janeiro de 2016.

No entanto, a "faca e o queijo na mão" em 2020 podem não ser suficientes – lembram-se de Cavaco Silva em 2015? , pois António Costa percebeu a armadilha em que acabou por se deixar enredar.

E, por isso, o primeiro-ministro já agitou o espantalho do tudo ou nada, ou seja, ou há "geringonça" ou então a tempestade rebenta na pior altura para o putativo recandidato Marcelo Rebelo de Sousa.

Afinal, afastada a hipótese de eleições antecipadas, um eventual governo em regime de gestão corrente ou um outro de iniciativa presidencial servem como um potencial álibi para todos que estão no poder.

Chegou a hora de tirar a prova dos nove sobre a encenação em que vivemos desde 2015 e saber quanto vai custar tanto tempo perdido em ameaças, banhocas, estratégias, grandes projectos, intimidações, insultos, mentiras, salvamentos, selfies, truques e vetos para distrair o pagode.

A cegueira "criativa" de adiar a reforma do Estado, iludir o fim da austeridade, negar a informação e a origem do dinheiro, venha ele de uma ditadura ou resulte da corrupção e do branqueamento de capitais, já foi chão que já deu uvas.

Aliás, são cada vez menos aqueles que ficam indiferentes à invasão chinesa e ao dinheiro sujo de Angola.


Se uma crise política nunca é bem-vinda, muito menos na actual situação aflitiva, pior ainda é a calamidade de mergulhar num pântano político.

É inevitável refazer o balanço da governação de António Costa à luz da triste realidade que estamos a começar a enfrentar.

E, nesse folhear de algumas das páginas mais negras da história recente, ninguém pode esquecer que Marcelo nunca esteve onde deveria ter estado, ou seja, do lado da Constituição e da lisura e transparência democráticas, por mais que, agora, ensaie o distanciamento de Costa.

Nas próximas eleições presidenciais, os portugueses podem dar o primeiro sinal de que não aceitam manter a podridão do actual status quo que tem levado o país à ruína e os portugueses à miséria.

Ser simpático, fazer sorrir e até fazer umas "piruetas" engraçadas não chega quando a vida aperta.

O mais alto representante tem de ser credível, política e institucionalmente, para o país poder iniciar uma mudança.

Chamar os cidadãos a ter a última palavra para desfazer a encruzilhada é sempre melhor do que deixar que decisões avulsas sejam tomadas nos bastidores dos interesses e conveniências rumo ao abismo, leia-se, a mais uma estrondosa bancarrota.