Lula da Silva venceu por uma margem mínima de cerca de dois milhões de votos.
O presidente da República brasileira ainda em funções bem pode dizer que foi a pandemia e a Guerra na Europa que o derrotaram.
A verdade é outra: só um político fanático e medíocre poderia ser derrotado eleitoralmente por um corrupto e ex-presidiário.
O discurso alarve em relação às questões de civilização, saúde pública e ambiente condenaram a possibilidade de reeleição
O estilo agressivo, recheado de palavras de ódio, e o vazio de substância fizeram o resto, não convenceram a maioria dos brasileiros.
O abastardamento de um legítimo e necessário discurso anti-sistema, designadamente contra uma esquerda folclórica e fandanga, vai ter um enorme custo político, económico e social.
Jair Bolsonaro já tem lugar na história como o militar que ajudou a legitimar o sistema corrupto, oferecendo-lhe a oportunidade de regressar ao poder.
Em quatro anos de mandato, Jair Bolsonaro permitiu que o número de brasileiros que vivem em extrema pobreza tenha aumentado de 39 para 49 milhões.
A medida do desastre é tal que ainda não houve um discurso de aceitação da derrota eleitoral.
A tentação de ameaça golpista, como ocorreu nos Estados Unidos da América, com Donald Trump, está à partida, também, condenada ao fracasso.