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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ARMA POLÍTICA


Os acontecimentos explosivos no Brasil, tal e qual como a dantesca situação interna portuguesa, continuam em evolução.

A efervescência política e social nem surpreende, nem vai ficar por aqui.

Depois de Donald Trump, Jair Bolsonaro continua a condenar o vandalismo sem se demarcar dos seus apoiantes.

Por cá, Fernando Medina, com a graça de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, exime justificações para a TAP e propala resultados obtidos à custa do abandono e sofrimento dos portugueses.

A violência é sempre condenável, seja a perpetrada pela força, seja a consumada através da dissimulação.

Aliás, é tão criminosa a invasão das instituições como a negligência nos cuidados de saúde, justiça, educação, segurança, etc.

Entre uns e outros, venha o diabo e escolha, pois cabem todinhos na violação dos princípios constitucionais e civilizacionais.

No momento da verdade, de um lado e do outro do Atlântico, emerge a mesma resposta: a sonsice, uma nova arma política do século XXI.

No Brasil, depois do circo da anulação da condenação judicial de Lula da Silva pelo órgão de cúpula da Justiça.

Em Portugal, com o espectáculo em curso da degradação institucional sob a forma de sucessivas tomadas de posse em nove meses.

Os direitos à manifestação, protesto e resistência não podem ser colocados em crise.

A tentação de um Estado ainda mais securitário nunca será a solução.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

BRASIL: ADEUS, BOLSONARO


Lula da Silva venceu por uma margem mínima de cerca de dois milhões de votos.

O presidente da República brasileira ainda em funções bem pode dizer que foi a pandemia e a Guerra na Europa que o derrotaram.

A verdade é outra: só um político fanático e medíocre poderia ser derrotado eleitoralmente por um corrupto e ex-presidiário.

O discurso alarve em relação às questões de civilização, saúde pública e ambiente condenaram a possibilidade de reeleição

O estilo agressivo, recheado de palavras de ódio, e o vazio de substância fizeram o resto, não convenceram a maioria dos brasileiros.

O abastardamento de um legítimo e necessário discurso anti-sistema, designadamente contra uma esquerda folclórica e fandanga, vai ter um enorme custo político, económico e social.

Jair Bolsonaro já tem lugar na história como o militar que ajudou a legitimar o sistema corrupto, oferecendo-lhe a oportunidade de regressar ao poder.

Em quatro anos de mandato, Jair Bolsonaro permitiu que o número de brasileiros que vivem em extrema pobreza tenha aumentado de 39 para 49 milhões.

A medida do desastre é tal que ainda não houve um discurso de aceitação da derrota eleitoral.

A tentação de ameaça golpista, como ocorreu nos Estados Unidos da América, com Donald Trump, está à partida, também, condenada ao fracasso.