segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

FERNANDO MEDINA JÁ MANDA


Numa semana decisiva para a Guerra na Europa, por cá é cada vez mais previsível o cenário de fuga de António Costa para um cargo internacional.

Com a balbúrdia instalada, a perspectiva de eleições legislativas antecipadas, a curto prazo, ganha renovada credibilidade.

Com Pedro Nuno Santos fora do governo, agora embalado com um espaço de comentário político, para umas dezenas de milhar de telespectadores, Fernando Medina passou a ter caminho aberto.

O estapafúrdio anúncio de medidas para o sector da habitação não deixa quaisquer dúvidas: Fernando Medina já manda.

Qual aprendiz bem comportado, o ministro das Finanças não hesita no vale tudo para disfarçar responsabilidades da governação do PS: desde a selvajaria na imigração, um “humanismo” que enche os cofres do Estado, ao “terrorismo” social do arrendamento compulsivo.

Aliás, neste contexto, não admira que o primeiro-ministro dê a cara, mais uma vez, por uma falsidade política, ao estimar o custo do “descongelamento” das carreiras dos professores em 1300 milhões de euros de despesa permanente.

A passagem de Fernando Medina pela liderança da Câmara de Lisboa, com os resultados pífios da plataforma “Habitar Lisboa”, entre outras iniciativas delirantes, não moderou a sua ambição política.

Confiante que o Chega é suficiente para dizimar o que resta do PSD, Fernando Medina faz contas para arrebanhar os votos que restam ao atordoado Bloco e ao moribundo PCP.

É o expoente da política modernaça, desde o marketing da candura e do ilusionismo à instrumentalização das instituições.

Não admira que, a cada escândalo, assegure que não sabe de nada, numa cristalina formalidade que, por ora, o tem colocado a salvo.

Quando chega a Bruxelas, com as “contas certas”, pouco lhe importa politicamente serviços públicos no caos, mortes nas Urgências, sem-abrigo, justiça de rastos, professores, médicos e enfermeiros humilhados e polícias depauperadas.

Para o político que consegue a proeza de sintetizar o pior de Sócrates e de Costa só uma coisa importa: o poder.

Resta saber se, depois de a maioria dos lisboetas o terem corrido, terá alguma hipótese de algum dia liderar o governo de Portugal.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

IMIGRANTES E O INFERNO


Há 40 anos, a encenação já era a mesma.

Imigrantes ostracizados, ignorados e amontoados nos bairros pobres de Paris, com François Mitterrand e a sua esquerda instalada no poder.

Também há 40 anos não faltavam discursos inflamados e pomposos de defesa das minorias, enquanto decorria a mais vil exploração de mão-de-obra.

Hoje, em Portugal, a entrada de imigrantes quase que duplicou nos últimos 10 anos, de acordo com o Censos 2021.

Repete-se o passado vergonhoso, assistimos às mesmas cenas degradantes, de Odemira a Lisboa, às mesmas mortes escusadas.

É caso para dizer que a viagem de Estado de António Costa à Índia deu frutos, e que frutos desde 2016.

A selvajaria continua, agora, por cá, com a mesma esquerda no poder, indiferente ao crescimento económico sustentado nesta barbárie.

Na mesma rua, mesmo ao nosso lado, há quem viva no inferno para ainda podermos manter um certo estilo de vida.

Podemos fingir que não vemos nem ouvimos os relatos lancinantes de quem chega à procura de liberdade, de paz e de uma vida digna.

Aliás, contam-se pelos dedos de uma mão, os políticos portugueses que assumem, frontalmente, a necessidade de ponderar a política de “fronteiras abertas” à imigração.

Desde que o chamado pensamento de esquerda dominava, sem pejo em manter cobertura política ao miserável tráfico, Paulo Portas, à direita, foi um dos que sempre se opôs.

Já não chega dar umas palmadinhas nas costas dos desgraçados, umas vezes por semana, com ou sem as câmaras de televisão.

O regime democrático não pode eternizar a dantesca situação dos imigrantes, pois a globalização já não permite esconder a realidade hedionda vivida num qualquer bairro, quartier ou nachbarschaft da Europa.