Morre-se em Portugal, com a dizimação dos mais idosos, enquanto os carrascos do SNS fazem de conta que a situação é de tranquilidade e normalidade.
Diariamente, as notícias sobre a saúde chocam, embaraçando-nos a todos, até mesmo aqueles que sustentam esta espécie de esquerda à beira de ser apeada do poder.
Como foi possível chegar a esta politicamente criminosa situação?
Houve quem o tenha denunciado na altura certa, desde logo os enfermeiros, enquanto o presidente, o governo, alguns políticos e “jornalistas de Estado” andavam juntos no branqueamento.
A gigantesca máquina de propaganda atrasou a percepção geral, mas a evidência da realidade dissipou a cortina de fumo, desde logo ficando à vista a corrupção e o esmagamento dos mais pobres, condenados ao assistencialismo.
A crise na comunicação social é apenas mais uma consequência desta promiscuidade, falta de prioridades e valores, acrescida do intolerável distanciamento e até abandono dos cidadãos.
Aliás, é arrepiante assistir à vulnerabilidade de cada um dos portugueses face ao Estado e à sua Administração novamente retocada de rosa.
Vivemos tempos insanos, em que nem as instituições e pilares do regime democrático escapam a uma deriva indizível.
A campanha eleitoral é uma nova oportunidade para renovar o debate, para avaliar a governação deste PS, pois aqueles que nos desgovernaram no passado mais distante também já foram castigados nas urnas de voto.
O inevitável reforço dos extremos, favorecido pela crise, já está a vergar os partidos do sistema, que têm alternado no exercício do poder, obrigando-os a repensar a arrogância, a prepotência e a insensibilidade social.
A bipolarização, que permitiu as duas últimas maioria absolutas, resultou no desastre que está à vista de todos.
Repetir a receita pode ser fatal, porque a revolta social continua a crescer a olhos vistos e a chuva de fundos europeus tem os dias contados.