Em Portugal, no século XXI, a expressão de uma opinião pode ser freneticamente condenada, mas a inércia e a omissão criminosas continuam a ser toleradas.
Um protesto político, a roçar a ilegalidade, indigna os representantes de órgãos de soberania, governantes, deputados, afins e demais mercenários, mas outras ilegalidades e até crimes mais graves não merecem sequer condenação pública.
O pagamento da contribuição de serviço rodoviário, que foi declarada ilegal pelo Tribunal da Justiça da União Europeia em 2022, é um dos exemplos mais recentes e gritantes.
A revelação de que o SNS dá continuadamente cada vez mais borlas a estrangeiros, enquanto abandona os portugueses, é um mais um escândalo ultrajante.
É esta espécie de “bom senso” que desespera os portugueses, com o regime democrático a empardecer, à deriva do curto prazo, com uma política externa pequenina no contexto de duas guerras assassinas e mais ataques aos direitos humanos.
Dir-se-á que a herança da esquerda fandanga já foi julgada nas urnas, mas a nova governação não dá sinais de determinação em alterar urgentemente a situação.
O abastardamento das prioridades políticas é tão grave quanto o papel das instituições que as desculpabilizam, desde logo os Media do mainstream que lá vão colorindo a ficção, por acção ou omissão.
São cada vez mais aqueles que acreditam que é possível mudar, porque a cidadania, ontem como hoje, não aguenta eternamente a injustiça flagrante, o actual admissível.
Resta saber se as soluções serão mais ou menos radicais, pois é preciso reafirmar que pior do que o pântano em que estamos mergulhados dificilmente poderemos vir a ficar no futuro.