Os debates entre os líderes partidários têm contribuído para desvendar o país real, resultado de oito anos da governação de António Costa.
O leilão, as promessas exageradas e os truques de comunicação não têm sido suficientes para ocultar os problemas, e tão graves, pois a sensação de desastre está a vir ao de cima, confirmando que o país tem vivido à deriva.
Todos aqueles que vivem as dificuldades do dia-a-dia só podem ficar mais aliviados, quando assistem ao estilhaçar da propaganda que tem mascarado os enormes estrangulamentos responsáveis por mais miséria.
Qualquer início de mudança só pode ser feito a partir da identificação de quem errou repetidamente.
A verdade pode ser dura, mas agora já nem se coloca a hipótese de discutir se estamos melhor ou pior, mas apenas como será possível inverter o plano inclinado.
Que o digam os jovens e os mais idosos, entre outros, abandonados à sorte de apoios que não há maneira de saírem do papel ou tardam em chegar.
Hoje, com a maior visibilidade do caminho que já nos conduziu ao abismo, já é possível afirmar que a percepção está a mudar.
Após uma semana de debates está mais consolidada a ideia que o ponto de partida tem de passar pelas condições em que povo vive, e não pela ilusão de mais números macroeconómicos, mais artifícios contabilísticos e mais projectos faraónicos.
Aliás, os mercenários e afins estão tão desvairados que até já estão a dar a cara, tentando travar os ventos de mudança com as mãos cheias de argumentos ardilosos.
Os discursos ao jeito de Fidel, a treta dos papões e o marketing estafado estão a perder terreno, porque o tempo em Democracia joga a favor da transparência e contra a corrupção.
Quando a realidade ganha, os lobbies perdem.