segunda-feira, 1 de maio de 2023

O “NÃO INTERESSA NADA” É IRREPETÍVEL

 

O momento é gravíssimo, mas não é novo.

O atropelo, o abuso e o abastardamento das instituições fazem parte da cultura do PS no poder.

António Costa, antes como agora, é useiro e vezeiro na estratégia do truque, da mentira e da fuga às responsabilidades.

Com Marcelo Rebelo de Sousa, que não se pode comparar a Eanes, a Soares, a Sampaio e a Cavaco Silva, nem no estilo nem na autoridade institucional, está cozinhado o caldo para chegar ao actual desastre.

Se a montante “tudo como d’antes no quartel de Abrantes”, a jusante a fórmula política também se repete, impune e descaradamente.

Chama-se uns marketeiros, dos mercenários aos afins untados, aposta-se na desvalorização da gravidade dos acontecimentos e – eureka! – apregoam-se os “sucessos” mais ou menos martelados.

Repito: até aqui não há novidade.

A diferença está no que aconteceu nas três últimas eleições legislativas e no que pode vir a acontecer.

A 4 de Outubro de 2015, um golpe parlamentar, com cobertura constitucional, permitiu ao derrotado nas eleições chegar à liderança do Executivo.

A 6 de Outubro de 2019, uma maioria relativa permitiu consolidar a liderança, anunciando a morte da “geringonça”.

A 30 de Janeiro de 2022, face à implosão da aliança à esquerda, a liderança almejou atingir uma espectacular maioria absoluta, com a cumplicidade de Belém. 

Passados 13 meses, seja qual for a saída para a actual crise, a situação é bem diferente por seis razões.

A desgovernação, a corrupção e a falência do Estado Social e de Direito são brutais; os novos actores políticos travam a “estabilidade” do Bloco Central; o PRR está a gripar; as sondagens estão descredibilizadas; o fantasma à direita está esvaziado; e, por último, o controlo dos Media é contrabalançado pelas redes sociais.

Até agora a propaganda tem vencido, consolidando a tese que todas as vigarices políticas não interessem nada ao povo, definitivamente subjugado a tentar sobreviver.

Amanhã, na próxima semana, mês ou ano, com ou sem eleições antecipadas, até 11 de Outubro de 2026, uma coisa é certa: o “não interessa nada” é irrepetível.



 

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