Os resultados das eleições francesas comprovam que a liberdade, a justiça social e a política de imigração são muito mais do que slogans estafados, nalguns casos de um cinismo político ultrajante.
A direita mais à direita está a conquistar o que resta da velha Europa, país a país, por mais que se grite aos sete ventos que o cataclismo está ao virar da esquina.
O que se segue?
O rasgar das vestes, mas sempre a afagar a mesma política velha, deixando os mais desvalidos na pobreza envergonhada ou nas ruas.
O folclore institucional é repetido, falhanço após falhanço dos "estadistas", dos "moderados", daqueles que andam há décadas a mentir descaradamente, e agora apontam o dedo a quem está à beira do poder.
Sempre com a propagada dos papões e os perigos na boca, com ou sem uma "grande união", certamente doce, são os que mais parecem palhaços acossados ainda a mandar.
As pessoas estão fartas, querem soluções, não querem mais acordos secretos, mais palavras de ordem e promessas vãs, mais planos para consumo do jornalismo cada vez mais falido.
A bola e a selecção lá servem para desviarem as atenções e animarem as hostes, rivalizando com a triste rábula de António Costa no Conselho Europeu, uma "proeza" que os líderes europeus lá deixaram passar.
Fica a vergonha alheia de quem assiste a mais este "milagre" tolerado por um poder instalado na União Europeia que engorda ao ritmo da crescente crise e descredibilização.
Tudo pela Ucrânia, faz-de-conta que a Palestina não existe.
Acudam, o populismo radical venceu em França – gritam os hipócritas do costume instalados à mesa do poder.
Passados 90 dias da tomada de posse de Luís Montenegro cresce a percepção que nada vai mudar, nem mesmo no caos que reina nos serviços públicos, antecipando a confirmação de um crescimento anémico e mais uma crise.
Se importa olhar lá para fora, porque há quem não enxergue o cancro instalado em Belém, mais importa ainda sublinhar que Aníbal Cavaco Silva percebeu atempadamente que é fundamental não deixar morrer a esperança.
Ninguém o cala.