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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

ESTRELAS PERDERAM O BRILHO


Não faltam análises ao feito de Lionel Messi e da Argentina.

Nem sobram comentários à saída de Fernando Santos, apesar da preocupação em branquear Cristiano Ronaldo que deitou tudo a perder.

São rios de palavras escritas e de imagens televisivas que deixaram de fora a enorme indignação de todos aqueles que conhecem a força do futebol.

No Catar, apenas a selecção alemã foi capaz de representar um Mundo inteiro que gosta de futebol, mas não à custa do silêncio em relação à violação dos Direitos Humanos, seja qual for a latitude e longitude.

Messi, depois de vestir um traje real, bordado a ouro, ergueu a taça da Copa do Mundo, um troféu de 5 quilos de ouro.

Mas nem tudo o que reluz é ouro.

Amir Nasr-Azadani, o jogador de futebol da selecção iraniana, que ousou defender os direitos das mulheres, foi condenado à morte.

Mesmo no último dia, na final, o silêncio foi de chumbo.

As estrelas do futebol perderam o brilho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

RONALDO DAQUI A 50 ANOS


A carreira brilhante de Cristiano Ronaldo não pode servir apenas para merecidos títulos, recordes, carros, diamantes e tratamentos capilares: também exige responsabilidade social.

Um ídolo planetário não pode continuar calado face à realidade feudal, à discriminação, ao financiamento do terrorismo e à corrupção.

Ou será que o objectivo de Ronaldo é ser elogiado por uma das organizações mais corruptas do Mundo e ter a perspectiva de mais um contrato das arábias?

Deve ter sido com um enorme sorriso que as autoridades do Catar ouviram Marcelo Rebelo de Sousa afirmar que os Direitos Humanos são respeitados em Portugal.

Os cataris conhecem bem o sol, o mar e as praias do Alentejo, bem como as “regras” para os trabalhadores imigrantes, entre outras atrocidades.

Até ao final do Mundial do Catar, Ronaldo ainda pode fazer a diferença em relação aos seus companheiros e à federação de futebol de todos os interesses.

Restam poucos dias para Ronaldo ainda poder erguer a voz para defender aqueles, como ele, castigados à nascença pela injustiça e pobreza.

Para artistas já nos basta a “casta” que viaja sob a falácia de apoiar a selecção.

A história de Ronaldo não pode ficar dentro do pacote dos cínicos, de Carlos Queirós, Fernando Santos e Paulo Bento ao empresário Jorge Mendes, entre outros.

Hoje, é uma enorme surpresa e desilusão, daqui a 50 anos ninguém esquecerá o silêncio cúmplice de Cristiano Ronaldo.