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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

TAIWAN: ESQUERDA AO LADO DE TRUMP E DAS MALAS DE MACAU


A visita de Nancy Pelosi a Taiwan é um marco histórico que pode evitar a repetição da tragédia da invasão da Ucrânia (2014 e 2022) pelos militares de Vladimir Putin.

Não há qualquer dúvida, desde 3 de Agosto passado: Os EUA não vão abandonar Taiwan.

Qualquer movimento chinês de agressão à democracia da Formosa contará com a reacção e o envolvimento militar dos norte-americanos.

Não espanta a reacção hostil, de países como Venezuela, Coreia do Norte, Cuba e Rússia, à deslocação da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA à ilha do mar da China.

O que surpreende – ou já não! – é uma certa esquerda portuguesa que se apressou a classificar a visita como “provocação”.

É hilariante assistir aos “intelectuais” ao serviço do poder de esquerda de braço dado com Donald Trump.

Antes, o abandono do Mundo e da NATO era condenado; agora, o retorno a um certo papel de “polícia do Mundo” é vociferado.

Em boa verdade, à excepção de Ana Gomes, os socialistas continuam em modo de rebanho da maioria absoluta.

António Guterres lá vai tentando um equilíbrio, cada vez mais perigoso e precário, sem esquecer quem o elegeu secretário-geral da ONU.

Entretanto, os órgãos de soberania ficam pelo sussurrar pequenino em relação à China, quiçá determinado pelas negociatas passadas e futuras e por serviços de informações infiltrados por uma certa maçonaria.

Em que ficamos?

Pela vergonha do selo da rosa nas malas de dinheiro de Macau distribuídas pelos partidos portugueses?

segunda-feira, 23 de maio de 2022

VITÓRIA DO BUSINESS AS USUAL


Volodymyr Zelensky e o povo ucraniano continuam entre a espada (brutalidade russa) e a parede (cinismo político ocidental).

A rendição dos militares ucranianos refugiados em Azovstal é uma derrota estrondosa.

É a dura realidade, após as promessas de apoio militar, sanções para oligarca não cumprir e ameaças de corte ao petróleo e gás russos para as calendas.

Vladimir Putin conseguiu em 2022 o que não havia conseguido em 2014: ocupar Mariupol.

A alta rotação da diplomacia mundial tem servido mais para embalar as opiniões públicas do que para inverter a relação de forças no terreno da guerra.

Aparentemente, a estratégia ocidental já deixou cair a Crimeia e o Donbass há muito tempo, estando apenas apostada em desgastar a Rússia.

Entretanto, está cada vez mais perto a fome que vai matar ainda mais entre os mais pobres e frágeis a nível mundial.

Três meses depois da agressão e da invasão da Ucrânia pelas forças armadas russas, Vladimir Putin alcançou o trunfo para exibir.

É a vitória do business as usual.

 

 

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

DE PUTIN A SCHOLZ


O ex-chanceler alemão, Gerhard Schröder, tomou posse em 1998, aprovando o Nord Stream 1.

Depois da derrota em 2005 – Ängela Merkl no poder e o início do Nord Stream 2 –, rumou à Nord Stream AG e Rosneft, depois de ter sido contratado pelo Banco Rothschild.

É mais um exemplo de um negócio de Estado, com um banco e muitos interesses privados, o qual deu alento a Vladimir Putin para invadir a Ucrânia.

Entretanto, a trágica dependência do gás russo ainda não foi suficiente para uma resposta à altura de Olaf Scholz, actual kanzler.

Nem para uma atitude corajosa dos Verdes alemães – Robert Habeck, vice-chanceler e super ministro da Economia e do Ambiente, e Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros.

Mais grave ainda é a súbita e extraordinária viragem dos Estados Unidos da América e da própria Rússia para a China.

Os crimes na Ucrânia nunca poderão ser desvalorizados por outros crimes passados no Afeganistão, Chechénia, Iraque, Jugoslávia, Líbia, Palestina, Síria, etc.

Aliás, Alexei Navalny é tão intolerável como Julian Assange e Edward Snowden.

O pragmatismo e a geometria variável dos governantes mundiais continuam a levar à guerra, à barbárie e a milhões de refugiados.

As vítimas nunca foram mais importantes do que os interesses geo-estratégicos, bem como outros escondidos e inconfessáveis.

A guerra, a corrupção e os tráficos (armas, drogas duras e seres humanos) são inaceitáveis, seja qual for o regime, a latitude, o credo e o número de vítimas.

Depois da agressão e invasão da Ucrânia, as opiniões públicas demonstram não admitir o recurso às armas, sejam quais forem as justificações.

De Putin a Scholz, o fim da Guerra na Europa está mais dependente da coragem e pressão das opiniões públicas, sobretudo alemã e russa, do que das palavras pias dos líderes mundiais.

 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

MILITARES SEM HONRA NO AFEGANISTÃO


A situação no Afeganistão merece reflexão, nomeadamente à luz das últimas "pérolas" de Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho.

O ministro dos Negócios Estrangeiros teve a ousadia de falar de «honra da comunidade internacional», quando garantiu que os colaborantes com a força invasora estariam a salvo dos talibãs.

Este tipo de afirmações retiram qualquer credibilidade à diplomacia portuguesa, quando não hesita na propaganda ridícula para agradar aos norte-americanos e tentar salvar a pele.

Mas se o padrão é assim internamente, por que razão seria diferente em relação ao exterior?

Bastaria consultar um indicador para o governante corar de vergonha: o crescimento da papoila (base da heroína e das metanfetaminas) desde 2001.


Um ano após a entrada dos militares da NATO no Afeganistão, a área de cultivo cresceu 925%, uma proeza que deveria ser suficiente para silenciar politicamente George W. Bush até ao fim dos seus dias.

Barack Obama também tem resultados extraordinários: de 2009 a 2017, o crescimento foi da ordem dos 266%.

A performance de Obama foi de tal monta que o Conselho Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, em 2017, exortou a comunidade internacional e a ONU a enfrentarem «os desafios do controlo de drogas no Afeganistão».

Curiosamente, neste ranking da vergonha, Donald Trump tem apenas a medalha de bronze, pois no seu consulado houve uma redução de 68%, um registo que coincide com o início do mandato de António Guterres à frente da ONU.

Depois de muitas palavras ocas, os talibãs nunca viram a sua principal fonte de financiamento em risco, ou seja, o tráfico de droga, a lavagem de dinheiro e a corrupção sempre pesaram mais do que a origem da ameaça terrorista.

Os cerca de 5 mil militares portugueses, envolvidos no Afeganistão desde 2001, mereciam mais honra e menos esforços de persuasão para convencer os portugueses da bondade desta aventura desastrosa.

A disponibilidade para receber 50 refugiados afegãos, afirmada por João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, corresponde ao pragmatismo politicamente acéfalo da participação de militares portugueses na "libertação" do Afeganistão.

O comandante supremo das Forças Armadas e o primeiro-ministro pouco ou nada de relevante disseram sobre o Afeganistão, aliás, tal e qual como aconteceu em relação a Tancos.

Não é assim que se prestigiam as Forças Armadas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

À ESPERA DA AMÉRICA


O "cowboy" e o "self-made man" ainda continuam a fazer maioritariamente parte do ADN norte-americano?

As eleições presidenciais nos Estados Unidos da América são muito mais do que uma opção entre Donald Trump e Joe Biden.

É um momento de teste à alma americana que se traduz na escolha entre dois caminhos: a continuação da ruptura com o paradigma falhado ou o regresso do status quo em todo o esplendor.

Trump representa a continuação da luta contra os cânones de Washington, diabolizando a chamada imprensa de referência; Biden será a reedição de um modelo de governação em que o multilateralismo é temperado pelo marketing político e influência dos serviços secretos na política.

Depois de Obama ganhar com a força de "We Can", partilhando o Mundo com as outras superpotências, Trump quer renovar o sonho de hegemonia do "Make America Great Again" que continua a embalar os norte-americanos, enquanto Biden promete o moralismo de um aliado "Of the light, not the darkness".

E, goste-se ou não, deste lado do continente europeu, o errático Trump personifica melhor a imagem do "American way of life" que fez dos Estados Unidos da América a maior potência do mundo.

Mas esta eleição é também a renovação da "eterna" questão da emigração: por um lado, o fecho de fronteiras cruel; por outro lado, a alternativa de abertura para a exploração selvagem da mão-de-obra barata.

Também a questão racial pode, finalmente, fazer a diferença, numa realidade pós-Floyd, se ultrapassado o tradicional voto de abstenção ou em branco dos negros.

Para perceber o que está em jogo neste acto eleitoral, em que os latinos também podem sonhar, é preciso não esquecer a realidade de mais de 40 milhões de pobres, bem como de mais 140 milhões de cidadãos que admitem ter um rendimento insuficiente para pagar suas contas.

A vitória de Trump ou de Biden é ainda muito mais: de um lado, a arrogância da aposta na economia e no individualismo; do outro, a moderação que dá atenção à pandemia e ao colectivo.

Salvaguardas as devidas diferenças, a divisão brutal instalada não é assim tão diferente daquela que começa a emergir na Europa, decorrido quase um ano da descoberta da Covid.

No contexto de crise económica, os próximos actos eleitorais europeus também serão marcados por fracturas que ultrapassam a razão, a ideologia e a humanidade.

No país do consumismo, em que também se joga mais isolacionismo ou mais globalização, após muitos milhões de dólares gastos na publicidade de ambos os candidatos, fica para a História uma campanha de ódios, com "facts checks" para todos os gostos, ambições e carteiras.

O 46º presidente dos Estados Unidos da América tem uma herança: um país em que prevaleceram a força das instituições democráticas, o primado da Lei e a contribuição para a paz mundial.