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segunda-feira, 9 de maio de 2022

DA MÃO ESTICADA AOS TREMOÇOS



Esforços diplomáticos são só para a bola.

A “conquista” da final da Champions, em 2020, é um dos momentos mais politicamente ridículos da presidência de Marcelo Rebelo de Sousa.

Valeu tudo antes das eleições antes das eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2021.

Hoje, em contraste, objectivamente, chocam a falta de empenho e de mobilização do presidente em relação à Guerra na Europa.

Nem mesmo o “orgulho” de ter um secretário-geral da ONU português, António Guterres, é suficiente para convocar o Estado português.

Entre palavras pias do primeiro-ministro, e uns trocos de ajuda humanitária, Portugal apenas se tem destacado no acolhimento de refugiados ucranianos, logo manchado pelas suspeitas de espionagem ao serviço dos russos.

A oportunidade perdida de cumprir um papel activo em prol da paz, tantas vezes desempenhado por pequenos países nos conflitos internacionais, faz jus à indigência institucional em que estamos mergulhados.

Aliás, após 75 dias de invasão russa, o mediação da paz continua a pertencer à Arábia Saudita (ditadura), à Bielorrússia (agressor), a Israel (armas), a Abramovich (oligarca), à Suíça (branqueamento) e à Turquia (violação dos Direitos Humanos).

É preciso dizer mais?

No dia da Europa, resta uma diplomacia portuguesa de mão esticada, para sacar mais uns cobres à União Europeia, quiçá para abocanhar uns restos da reconstrução da Ucrânia.

Só faltam os tremoços.