segunda-feira, 12 de outubro de 2020
HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DA COVID
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
TEMOS DE SER OS MELHORES
O presidente da República tem sido aclamado pela sua bonomia e folclore.
Mas a atitude presidencial não é tão espontânea e desinteressada quanto pode parecer.
É fruto de uma estratégia reflectida que serve mais os interesses do cidadão e do político Marcelo Rebelo de Sousa do que o cumprimento da missão presidencial e os interesses reais do país.
O cidadão e o político Marcelo seguem esta cartilha simplista há muito tempo, e com uma mestria que bem poderia ser usada em prol de questões bem mais importantes para a vida do dia-a-dia dos portugueses.
Mas no melhor pano cai a nódoa, muitas vezes provocada por acontecimentos imprevistos, como por exemplo os incêndios, Tancos e a pandemia, fazendo ruir o caminho previamente delineado.
E o surpreendente anúncio da candidatura de Ana Gomes, um "terramoto" político inesperado, acabou com o sonho de uma reeleição ao jeito de um passeio à beira-mar, tranquilo, sorridente e feliz.
Está a chegar o tempo de pedir contas, pois o «PR não pode ser um adorno», como sublinhou Marisa Matias, durante a apresentação da sua candidatura presidencial.
E, desde já, impõe-se a pergunta: com o cidadão e o político Marcelo em Belém mudou alguma coisa?
Não!
E para poder manter tudo na mesma, nada ainda melhor do que uma quimera ao virar da esquina, mesmo sem nada fazer para a merecer e a alcançar.
«Somos os melhores», diz o presidente da República, enquanto agarra um qualquer troféu desportivo.
«Temos de ser os melhores», repete, entre sorrisos profusos, a propósito das cervejas e das águas minerais.
Ao mesmo tempo, face ao ambiente de fantasia delirante e grotesco gratuito, o país continua à espera de um presidente da República que pugne, ou faça alguma coisinha, para sermos os melhores na Saúde, na Justiça, na Educação e nos Direitos Humanos.
Com o cidadão e o político Marcelo em Belém mudou alguma coisa no combate à corrupção e à desigualdade?
Não, este presidente da República é mais um daqueles que preferem "iluminar" as pessoas, rendido à máxima the show must go on, seja com as "Galinhas do mato" ou com a comparação paradoxal do feminismo ao nazismo.
Deixemo-nos de hipocrisias: os abraços, os afectos e as selfies garantiram a paz institucional, mas também serviram para sustentar António Costa que, obviamente, retribuiu com o apoio do PS.
Negócio fechado!
Mesmo que para trás fique o gigantesco buraco de opacidades e cumplicidades que foi cavado nos últimos cinco anos.
E que os representantes políticos até se arroguem reivindicar serem portadores de um cheque em branco para decidir os destinos de Portugal.
Mas o branqueamento e até o abafamento selectivo, bem típico dos politicamente fracos e cobardes, têm os dias contados.
Afinal, temos de estar à altura do desafio, temos de ser os melhores na hora do escrutínio do mandato presidencial.
E viva a República!
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
SNS: DA COVID AO ABANDONO
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
POPULISMO DE ESTADO E O MEDO
Há uma polémica absurda que tem distraído o país do essencial.
A propósito de tudo e de nada lá vem a lenga-lenga do virtuosismo do Estado e dos pecados do privado e vice-versa.
A Covid trouxe atrelada a grande "novidade": o populismo de Estado, travestido de grande salvador e sustentado pelo discurso do medo.
É o Estado do caos no SNS, do abandono dos mais idosos, da incúria dos incêndios de Pedrogão e da opacidade de Tancos.
É também o Estado de Direito à la carte que permitiu as mais variadas negociatas: BES, BPN, BPP, CGD, Expo 98, Euro 2004, Novo Banco, Parcerias Público-Privadas, submarinos, TAP, etc.
É ainda o Estado dos amigos, dos "paraministros" do primeiro-ministro, com cobertura do presidente da República, e de uma multidão de criados (para todo o serviço sempre agradecidos e venerandos) que ofuscam os servidores públicos competentes.
Aliás, este Estado, omnipresente e cada vez mais arbitrário, até só admite ser fiscalizado por si próprio.
Em suma, é este Estado, minado pela da corrupção e pelos abusos de poder nas mais altas hierarquias da Administração, que alguns ainda querem reforçar.
É caso para perguntar: este tipo de Estado é capaz de combater os erros da globalização e os excessos do capitalismo selvagem?
Aliás, não deixa de ser particularmente significativo observar, por exemplo, a reacção por esse mundo fora a algumas restrições paternalistas e desenfreadas impostas pelo Estado por causa do "vírus da China", como é popularmente conhecido.
A pandemia veio reforçar esta armadilha em que tantos e tantos se deixaram enredar através de argumentos de circunstância, os quais, aliás, têm minado qualquer hipótese de um debate elevado e útil para resolver tantos e tantos estrangulamentos.
Mas a abertura do espectro político tem permitido outro tipo de resposta aos populismos, desde logo por fazerem mais luz sobre os partidos políticos tradicionais, tão fossilizados quanto impunes, que debitam o mesmo "discurso" há décadas.
E a crescente consciência política também tem favorecido a separação de águas entre a práxis da governação e o sempre saudável confronto de ideias.
Os cidadãos não precisam de messias, querem governantes competentes e limpos, querem soluções para os seus problemas, independentemente de serem de Esquerda ou de Direita.
Compreender esta realidade é a melhor forma de combater os populismos, sejam eles de Estado ou de movimentos radicais que pugnam por uma mudança sem aceitar as conquistas civilizacionais.
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
ANA GOMES E O SONHO
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
PONTA DO ICEBERG DE PROMISCUIDADES
O cancro que está a liquidar a comunicação social é muito mais do que uma questão financeira.
Colocando-se a jeito desta forma descarada não há dinheiro que valha para garantir uma informação independente e a salvação do sector.
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
QUEM GANHA COM O PÂNTANO POLÍTICO?
Para quem tem muitas explicações a dar, com mais ou menos branqueamento soft ou musculado, só interessa manter tudo como está para melhor escapar às responsabilidades.
O presidente da República tudo fez e fará para que assim aconteça, beneficiando das "águas estagnadas" para tentar ser reeleito nem que seja por menos de 50% dos eleitores, como aconteceu em 24 de Janeiro de 2016.
No entanto, a "faca e o queijo na mão" em 2020 podem não ser suficientes – lembram-se de Cavaco Silva em 2015? –, pois António Costa percebeu a armadilha em que acabou por se deixar enredar.
E, por isso, o primeiro-ministro já agitou o espantalho do tudo ou nada, ou seja, ou há "geringonça" ou então a tempestade rebenta na pior altura para o putativo recandidato Marcelo Rebelo de Sousa.
Afinal, afastada a hipótese de eleições antecipadas, um eventual governo em regime de gestão corrente ou um outro de iniciativa presidencial servem como um potencial álibi para todos que estão no poder.
Chegou a hora de tirar a prova dos nove sobre a encenação em que vivemos desde 2015 e saber quanto vai custar tanto tempo perdido em ameaças, banhocas, estratégias, grandes projectos, intimidações, insultos, mentiras, salvamentos, selfies, truques e vetos para distrair o pagode.
Aliás, são cada vez menos aqueles que ficam indiferentes à invasão chinesa e ao dinheiro sujo de Angola.
Nas próximas eleições presidenciais, os portugueses podem dar o primeiro sinal de que não aceitam manter a podridão do actual status quo que tem levado o país à ruína e os portugueses à miséria.
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
PORTUGAL MARCELADO
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
BELÉM DE "CENAS" ARRISCADAS
Bravura, coincidência ou encenação políticas?
Da opacidade ao branqueamento só faltava mesmo um número do presidente nadador salvador, de duas jovens (muito sorridentes), apanhadas pela objectiva de uma televisão.
Qual será a próxima "cena"?
O cenário da praia do Alvor é um corolário perfeito, com cada vez mais portugueses a sentirem que é difícil engolir tanto oportunismo político.
Aliás, depois de Tancos, entre outros momentos graves, que mais tarde ou mais cedo serão esclarecidos, eram muitos aqueles que acreditavam que o putativo candidato não teria o atrevimento político de tentar renovar o mandato eleitoral.
Infelizmente, tal é a frenética actividade política em Belém, todos os sinais apontam para a fuga em frente.
Com a pré-campanha a ser feita à custa do erário público, as mais recentes posições institucionais que simulam um distanciamento político in extremis de António Costa são as cerejas que faltavam em cima do actual regime de faz-de-conta para os holofotes.
Restam poucos meses para destapar o véu que envolve o actual mandato presidencial, a começar pelo que realmente se passou no momento da declaração do Estado de Emergência por causa da pandemia Covid.
É um ponto de partida possível, durante a próxima campanha eleitoral das presidenciais, para esclarecer o padrão de muitas outras situações de opacidade.
Começa a ser patriótico a apresentação de novas candidaturas presidenciais, à Esquerda ou à Direita, para salvar o país deste bailete que tudo tem virado numa vacuidade nunca vista e perigosa.
Com os tempos difíceis que se avizinham, o país precisa de uma Presidência da República com força e credibilidade institucionais para travar qualquer arbítrio de um autoritarismo que espreita ao virar de cada esquina.
Com todos estes truques e rábulas, Portugal corre o risco de assistir, em Janeiro de 2021, a uma taxa de abstenção recorde e a uma expressiva votação nos extremos, uns porque consideram que está decidido, outros porque já não suportam mais do mesmo.
O estilo imposto por Marcelo Rebelo de Sousa até pode gerar uma sensação de transparência e de aproximação do poder aos cidadãos, mas as mistificações têm sempre um preço demasiado elevado.