A tomada de posse do XXV governo constitucional coincidiu com mais uma grande vitória do futebol português, com destaque para o extraordinário jovem Nuno Mendes.
A conquista da Liga das Nações é
um motivo de orgulho nacional, mas também é uma responsabilidade acrescida para
a governação e a oposição, pois está dado o exemplo que alguns portugueses são
capazes ao mais alto nível.
Fora o folclore e a histeria de
Marcelo Rebelo de Sousa fica outra certeza: Luís Montenegro arranca sem qualquer
desculpa para falhar, nem Amadeu Guerra estragou a festa.
Duas novidades de monta: Ana Paula
Martins e Gonçalo Matias.
A recondução da ministra da Saúde
evitou um escândalo nacional, com um critério para o primeiro-ministro e outro
para a ministra da Saúde, sendo que assim pelo menos se manteve alguma
coerência.
A escolha de Gonçalo Matias, para
a pasta da Reforma da Administração, é uma lufada de ar fresco, que tanto pode
condenar politicamente Luís Montenegro como garantir-lhe a estabilidade que
prometeu.
Se os portugueses já estão
habituados a promessas falhadas, o governo tem de se conformar com a
interpretação dos resultados eleitorais: rédea curta.
Do lado da oposição, André
Ventura deu mais um passo gigante para poder continuar a sonhar com São Bento,
mas é preciso mais do que berrar pelo combate à corrupção, ou seja, é preciso
dar autonomia financeira aos magistrados.
O caos no SNS, a lentidão na
Justiça, a insegurança associada à imigração, a escola aos trambolhões, os
ventos do défice, os perigos do crescimento anémico e os fumos de corrupção não
desapareceram com uma vitória na bola, nem com um novo governo empossado.