É o fim do carregar a cruz, a culpa e a resignação.
Acabou o discurso bafiento de todo o tipo de abusos, dos sexuais à violência doméstica, entre outros.
O carácter extraordinário desta mensagem simples e justa entusiasmou os jovens e muitos outros que querem uma Igreja mais próxima, e distante de uma hierarquia balofa, reaccionária e corrupta.
A Igreja aberta a todos, todos, todos, sem portas, é um mais um passo gigante, é um contributo extraordinário para o reforço da Fé e da cidadania.
Ao acender a busca livre pelo amor e justiça, ao incentivar que cada um de nós se levante, ao apelar à intervenção sem medo, o Papa Francisco colocou o dogma a par da vida concreta, abrindo um universo de exigência de cada um para consigo próprio.
A mensagem revolucionária do Papa Francisco, durante os cinco dias da Jornada Mundial da Juventude, surpreendeu todos, do Vaticano aos crentes e aos ateus, da direita à esquerda.
A tentativa de minimizar esta mensagem única, ao número de peregrinos que estiveram em Lisboa, ou à experiência de uma viagem Erasmus ou de Interrail, diz tudo sobre a direita conservadora em choque e sobre a esquerda do poder atarantada.
Depois do concílio do Vaticano II, de João XXIII a Francisco I, Lisboa assistiu ao primeiro grande momento da Igreja católica no século XXI.
Os 80 milhões de euros pagos pelos portugueses, que mal têm para comer, tratar da saúde ou ter uma casa condigna, continuam a chocar, mas a força da mensagem do Papa Francisco atenua o mal-estar do folclore, marketing e pretensa demonstração de força.
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