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segunda-feira, 14 de março de 2022

DE PUTIN A SCHOLZ


O ex-chanceler alemão, Gerhard Schröder, tomou posse em 1998, aprovando o Nord Stream 1.

Depois da derrota em 2005 – Ängela Merkl no poder e o início do Nord Stream 2 –, rumou à Nord Stream AG e Rosneft, depois de ter sido contratado pelo Banco Rothschild.

É mais um exemplo de um negócio de Estado, com um banco e muitos interesses privados, o qual deu alento a Vladimir Putin para invadir a Ucrânia.

Entretanto, a trágica dependência do gás russo ainda não foi suficiente para uma resposta à altura de Olaf Scholz, actual kanzler.

Nem para uma atitude corajosa dos Verdes alemães – Robert Habeck, vice-chanceler e super ministro da Economia e do Ambiente, e Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros.

Mais grave ainda é a súbita e extraordinária viragem dos Estados Unidos da América e da própria Rússia para a China.

Os crimes na Ucrânia nunca poderão ser desvalorizados por outros crimes passados no Afeganistão, Chechénia, Iraque, Jugoslávia, Líbia, Palestina, Síria, etc.

Aliás, Alexei Navalny é tão intolerável como Julian Assange e Edward Snowden.

O pragmatismo e a geometria variável dos governantes mundiais continuam a levar à guerra, à barbárie e a milhões de refugiados.

As vítimas nunca foram mais importantes do que os interesses geo-estratégicos, bem como outros escondidos e inconfessáveis.

A guerra, a corrupção e os tráficos (armas, drogas duras e seres humanos) são inaceitáveis, seja qual for o regime, a latitude, o credo e o número de vítimas.

Depois da agressão e invasão da Ucrânia, as opiniões públicas demonstram não admitir o recurso às armas, sejam quais forem as justificações.

De Putin a Scholz, o fim da Guerra na Europa está mais dependente da coragem e pressão das opiniões públicas, sobretudo alemã e russa, do que das palavras pias dos líderes mundiais.

 

segunda-feira, 7 de março de 2022

ARMA SECRETA DE PUTIN


A globalização normalizou as ditaduras, desde a Rússia à China, transformando-as em potentados económicos e comerciais.

A esquerda no poder, com a direita das negociatas, vergou os valores aos novos mercados.

Tony Blair, Barack Obama e Angela Merkl mantêm o silêncio face à agressão e invasão da Ucrânia, enquanto António Costa lhe chama, Zmente, “acção militar”.

Desde a melhoria de vida até à inspiração do modelo democrático, tudo serviu para pactuar com os ditadores.

Segundo o Eurostat, a União Europeia registou um défice comercial com a Rússia, em 2021, de 69 mil milhões de euros, perdas que acumula desde 2008 para pagar energia e matérias-primas.

A todo o gás rumo ao desastre, as sanções à Rússia vão penalizar também as restantes economias.

A arma secreta de Putin vai além do nuclear: a reacção dos cidadãos ocidentais quando a crise apertar.

A corrupção de Estado foi sempre o trunfo dos pragmáticos, indiferentes ao financiamento do aparelho militar russo.

Os mortos da invasão da Crimeia e de Maidan (2014) não fizeram travar Putin, muito menos a avidez de comércio e especulação a qualquer preço.

Quanto ao congelamento dos activos da Rússia e dos seus oligarcas em Portugal, o presidente fica calado, o PM já está em “modo” maioria absoluta e Rui Rio ruma à Madeira.

Depois de erros e traficâncias, o Mundo ocidental voltar-se-á, novamente, para a China.

Vêm aí mais uns restos.

A III Guerra Mundial já não é uma mera ficção.