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segunda-feira, 31 de julho de 2023

NÃO CONSEGUIMOS! PORTUGAL, LISBOA

 

A maior produção de um espectáculo em Portugal está prestes a arrancar com a chegada do Papa Francisco.

Os poderes institucional e político rejubilam, tal como “tilitam” os cofres da Igreja à custa de mais um esforço dos portugueses que mal têm dinheiro para comer.

Passados mais de três anos do anúncio eufórico de Marcelo Rebelo de Sousa, a Jornada Mundial da Juventude está aí, rodeada de tanta Fé quanto o mais sofisticado marketing capaz de fazer corar qualquer outro festival.

Não conseguimos! Portugal, Lisboa.

Não conseguimos retirar os sem abrigo da rua, antes convivemos com mais e mais pessoas no limite da sobrevivência.

Não conseguimos ter cuidados de saúde dignos desse nome, antes somos confrontados com mais mortes à porta das Urgências.

Não conseguimos vencer a pobreza, antes estamos a assistir ao êxodo dos jovens, ao sofrimento dos mais idosos, ao desaparecimento da classe média e ao mascarar da crescente pobreza com um assistencialismo pífio desta esquerda.

Não conseguimos ter uma escola em paz, capaz de garantir o elevador social, substituída pela aposta na imigração sem cuidar da mais elementar dignidade humana.

Não conseguimos ter uma justiça capaz de honrar o Estado de Direito.

Não conseguimos garantir a segurança dos cidadãos, nem mesmo dos agentes da autoridade, agredidos e esfaqueados na rua.

Não conseguimos ter uma banca e um tecido empresarial competitivos, por causa de uma elite medíocre, corrupta e venal à disposição dos vícios do poder.

Não conseguimos ultrapassar o triste fado do expediente, usando e abusando dos ajustes directos.

Não conseguimos ter cidadãos livres, capazes de assumir a cidadania sem medo de represálias.

Na semana que passou, os exemplos de Artur Bordalo e Tiago Oliveira são honrosas excepções, que rapidamente serão esquecidos, assumindo cada um o preço da luta pela nossa liberdade.

Este é o retrato do país que vai receber o Papa Francisco, por maior que seja a devoção e a publicidade.

Esta é a ostentação que o então Cardeal Bergoglio criticava viva e frontalmente antes de ascender à cadeira de Pedro.

Esta é a Igreja de D. Manuel Clemente e de D. Américo Aguiar.

Não conseguimos! Portugal, Lisboa.