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segunda-feira, 11 de abril de 2022

FRANÇA: A LUTA CONTINUA


A tentativa de resumir a Guerra na Europa a um conflito entre a Rússia e a Ucrânia é uma desonestidade factual monstruosa.  

É uma armadilha semântica em que políticos e comentadores intelectualmente honestos, sejam de esquerda ou de direita, não podem cair.  

A verdade é que estamos perante um agressor e invasor (Rússia) e um agredido (Ucrânia), como reconhecem todas as entidades internacionais, desde 24 de Fevereiro passado.

De facto, há uma certa esquerda falida que tenta branquear o carniceiro, até veiculando imagens de origem duvidosa dos crimes – pasme-se! – ucranianos.

Este truque, abjecto, faz parte de um movimento tão velho quanto amplo, sempre travestido de preocupações com a paz mundial, que apenas visa consolidar o que ilegalmente foi conquistado pela brutalidade das armas.

Já o conhecemos há muito tempo, basta lembrar aqueles que sempre defenderam a União Soviética, mesmo depois de Budapeste (1956) e de Praga (1968).

Hoje, ainda vão mais longe no cinismo político, insistindo em defender a Rússia, mesmo depois da invasão da Crimeia (2014) e dos massacres de Alepo (2016), agora repetidos em Borodyanka, Bucha e Mariupol.

Curiosamente, estes algozes da Democracia, que andam sempre com os direitos humanos na boca, tombam nas contradições de um frentismo avençado.

Depois do alinhamento de Viktor Orban com Vladimir Putin, o financiamento russo da extrema-direita de Marine Le Pen, entre outros, é sumariamente atirado para debaixo do tapete.

O resultado da primeira volta das eleições presidenciais francesas é mais um alerta ao establishment que não pode ser ignorado.

A perspectiva de ter um fantoche de Putin e dos seus apaniguados a liderar a França é tão ameaçadora como fechar os olhos aos crimes de guerra de Putin e do seu exército na Ucrânia.