Mostrar mensagens com a etiqueta João Gomes Cravinho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta João Gomes Cravinho. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

FITAS DO TEMPO


A governação está sob suspeita.

Desde o primeiro-ministro ao ministro das Finanças, sem esquecer o ministro dos Negócios Estrangeiros, para só falar nos mais importantes membros do governo.

Além do rasto das demissões, o cidadão teme acordar com novas crises, com as saídas de Fernando Medina, de João Gomes Cravinho e até do próprio António Costa.

Da corrupção nos negócios do Urbanismo e da Defesa, a que acrescem as indemnizações de uma TAP falida, mas sempre com mãos largas, o país vive em permanente assalto e sobressalto.

Às voltas com os contratos da família, nem o presidente escapa à suspeição.

Como foi possível chegar aqui?

Com a avassaladora gula pelos penachos e negociatas, com o espezinhar de valores democráticos, com a partidarização das instituições e com a promiscuidade entre poder e comunicação social.

Afinal, vivemos apenas e tão-só a repetição da arrogância de outras “aventuras” em maioria absoluta.

Como se fosse possível aceitar que quem está em exercício de funções no Estado possa estar à mercê de mais uma qualquer busca policial.

A desfaçatez política faz o resto, sustentada em quem insiste em confundir a responsabilização política com a violação da presunção de inocência.

A crise financeira encarrega-se sempre de trazer à tona o lixo tóxico.

A sacrossanta estabilidade, qual banha da cobra do “centrão”, apenas tem servido para alimentar uma classe política habituada a privilégios à custa de golpes inimagináveis.

A factura pesada é sempre paga pelos mesmos, com a agravante de, agora mais do que nunca, os serviços públicos os tratarem como gado.

O abismo não está ao virar da esquina.

Já está instalado, como comprova, por exemplo, os três órgãos de soberania recusarem revelar os custos das suas passeatas para ver a bola.

Eis o resultado da conjugação de uma maioria absoluta do PS de António Costa e do branqueamento brutal de Marcelo Rebelo de Sousa.

Não pôr cobro imediatamente à actual crise institucional apenas serve para agravar as fitas do tempo.