Tentar confundir a avaliação de Luís Montenegro com a do trabalho do XXIV governo constitucional apenas confirma a chicana política.
É a credibilidade e idoneidade do primeiro-ministro que está em causa.
A instabilidade actual resulta de um comportamento pessoal de Luís Montenegro, não de qualquer impasse e bloqueio políticos.
Mesmo que surja mais um flique-flaque de última hora, os estragos estão à vista, pelo que a leviandade dos líderes partidários algum dia tem de ser encarada de frente.
Viciados a serem o eixo do poder, fazendo e desfazendo sem respeito pela vontade dos cidadãos, CDS/PP, PS e PSD não são merecedores de uma renovada confiança.
O que se pode seguir?
Seja qual for o epílogo da crise, o governo estará mais interessado em agradar do que em governar; a oposição mais apostada em anular do que apresentar uma alternativa.
Em boa verdade, apenas as empresas de sondagens, e mais um par de mercenários, comissionistas e afins, parecem ser os grandes ganhadores.
Os perdedores são os cidadãos esmagados pelos impostos, sem acesso digno e justo à saúde, cuidados de emergência, protecção social, habitação, segurança, justiça e educação.
É que pouco ou nada mudou, desde 10 de Março de 2024, data em que os portugueses deram uma vitória eleitoral à coligação actualmente no poder.
Portugal não pode ser uma vulgar parada, nem um jogo de póquer, muito menos uma roleta, merece decisões políticas sólidas e sustentadas na racionalidade.
A única réstia de clarificação é a confirmação dos mandatos erráticos de Marcelo Rebelo de Sousa, incapaz de afirmar um comportamento institucional, relevante e estável.
A
crise de 2025, com ou sem eleições antecipadas, é uma oportunidade de ouro para
os portugueses começarem a penalizar os partidos do Bloco Central.