segunda-feira, 31 de março de 2025

ISRAEL E RÚSSIA: TEMPO DE ACÇÃO

 

A democracia nos Sates está viva e bem enraizada na cidadania.

Fartos da hipocrisia de alguns democratas, de Barack Obama a Joe Biden, os norte-americanos elegeram esmagadoramente o republicano Donald Trump, a 6 de Novembro de 2024.

Passados quase cinco meses, a popularidade do presidente cai, enquanto Elon Musk, o principal apoiante, está a sentir no bolso a fúria dos concidadãos.

O boicote à Tesla é o pior figurino para os líderes políticos e os oligarcas que enriquecem à sua sombra.

O exemplo não podia ser mais pertinente, quando os assassinos dão as cartas, impunemente, perante a cumplicidade generalizada, porque tudo tem um preço.

A convivência, a bajulação e o mercadejar com ditadores, assentes numa lógica facilitadora da alta corrupção e dos negócios de Estado, estão a traçar um rumo medonho.

Que não haja ilusões: só um boicote da cidadania a Israel e à Rússia, a nível global, pode travar a deriva sanguinária dos respectivos líderes.

Aliás, Benjamin Netanyahu e Vladimir Putin se sentirem na algibeira o preço das suas atrocidades, então o genocídio em Gaza e a invasão da Ucrânia estarão mais perto do fim.

Os líderes políticos, incluindo os da União Europeia e do Reino Unido, não têm coragem para estar do lado certo da história, vergando ao pragmatismo, à dualidade e ao servilismo, sabe se lá em nome de que ambições e projectos.

É mais do que tempo de eleições, quando Benjamin Netanyahu se prepara para visitar Viktor Orbán, desafiando o mandado de detenção internacional.

É tempo de acção, para cada um, por mais pequena que seja, a qual poderá fazer regressar um pouco mais de humanidade, dignidade e esperança.

É tempo de despertar, também para os jornalistas, face aos assassinatos, só em Gaza, de cerca de 130 dos seus pares.

É neste cenário que o historial de Luís Montenegro assenta que nem uma luva, indiferente ao arrastar de Portugal para um pântano tão verdejante quanto a Madeira.

No século XXI, não há repressão, nem ameaça nuclear, capaz de apagar a memória das dezenas de milhares de crianças mortas e dos milhões de desalojados, feridos e mortos, seja em que latitude for.

segunda-feira, 24 de março de 2025

QUANTO CUSTA UM BUNKER?


Depois de mais uma reportagem sobre os imigrantes em Portugal, a última de Bruno de Castro Ferreira, na SIC, as autoridades deram sinal de vida, fazendo mais num par de dias do que nos últimos anos.

A descoberta é dantesca: um pastor evangélico é responsável por mais uma miserável exploração, a ponta do iceberg que tem sido deliberadamente escondida.

É neste contexto, que pouco importa a quem continua a defender a imigração de portas abertas, que outros sinais de total desumanização invadem as sociedades de norte a sul, de este a oeste, alimentando soluções extremistas à esquerda e à direita.

As imagens brutais de Gaza, em que nem os doentes internados escapam, sancionadas pela cumplicidade de Donald Trump e dos líderes da União Europeia, são apenas extensões de uma realidade arbitrária imposta pela lei do mais forte.

A liderança das negociações para travar a invasão russa na Ucrânia, conduzidas pelo príncipe Mohammed bin Salman, que ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, dá a exacta dimensão do desvario em curso.

As manifestações de centenas de milhares de cidadãos contra a guerra e o autoritarismo, de Israel à Turquia, dos Estados bálticos à União Europeia, de África aos EUA e Reino Unido, continuam a ser ignoradas por líderes eleitos e ditadores.

A escolha dos madeirenses, que ratificaram a liderança de um arguido por corrupção, não é uma vitória de Miguel Albuquerque, é mais uma derrota estrondosa do regime de democrático.

A actual disrupção é o fruto de décadas de mentiras de Estado que tresandam a corrupção ao mais alto nível.

Nem as mais recentes revelações sobre o assassinato de JFK foram suficientes para despertar as elites, já tão afundadas no pragmatismo e nos negócios de Estado que nem se dão conta do desastre iminente.

Quanto custa um bunker?

segunda-feira, 17 de março de 2025

MUDANÇA: É DESTA?


A receita é conhecida: mercenários e afins são pagos para repetir a propaganda e as fake news.

Donald Trump, Ursula Von der Leyen, Keir Starmer, Emmanuel Macron e Friedrich Merz distraem com a guerra na Ucrânia, fazendo de conta que não sabem que a matança continua no Médio Oriente e noutros pontos do planeta.

Em Portugal, a receita não tem muitas diferenças.

Antes da crise era o caos se houvesse instabilidade política; agora, depois de a crise estoirar, a «economia anda por si», como afirma o cada vez mais descredibilizado e isolado Marcelo Rebelo de Sousa.

O problema é a realidade, a vida que já não é possível esconder, que lá vai sendo denunciada aqui e ali, colocando limites em tanta desfaçatez política.

As conversas fiadas sobre a imigração, saúde e corrupção são exemplos paradigmáticos.

Passados dias da reportagem da RTP sobre a Rua do Benformoso, um repositório avassalador das condições em que os imigrantes vivem, o silêncio das autoridades fez cair a máscara.

No SNS, o mesmo se passa, com dezenas de urgências fechadas, condicionadas e referenciadas, ou seja, sem livre-acesso, apesar dos esforços dos Media ao serviço da (des)informação que ajuda a branquear o poder.

Com eleições antecipadas, agendadas para 18 de Maio, vai ser curioso saber quais as promessas que Luís Montenegro ainda tem em carteira, depois do falhanço daquelas que fez em 2024.

De igual forma, a criatividade de Pedro Nuno Santos tem de atingir o zénite para almejar disfarçar a desastrosa governação de António Costa, ainda tão fresca na memória sobretudo dos trabalhadores e dos mais pobres.

Insistir no voto que permite ao PS e PSD continuarem a fazer e a desfazer, sem respeito pelo dia-a-dia e vontade dos cidadãos, é o mesmo que tentar obter resultados diferentes com a mesma prescrição.

Com o debate sobre a corrupção em cima da mesa, na Madeira, com Miguel Albuquerque, como no continente, com Luís Montenegro, nunca o Bloco Central esteve em situação tão periclitante.

O anúncio do agendamento do julgamento de José Sócrates, dez anos depois, diz mais do que pode ser dito por palavras para descrever a falência do regime.

Mudança: é desta?

 

segunda-feira, 10 de março de 2025

CRISE 2025: OPORTUNIDADE DE OURO


Tentar confundir a avaliação de Luís Montenegro com a do trabalho do XXIV governo constitucional apenas confirma a chicana política.

É a credibilidade e idoneidade do primeiro-ministro que está em causa.

A instabilidade actual resulta de um comportamento pessoal de Luís Montenegro, não de qualquer impasse e bloqueio políticos.

Mesmo que surja mais um flique-flaque de última hora, os estragos estão à vista, pelo que a leviandade dos líderes partidários algum dia tem de ser encarada de frente.

Viciados a serem o eixo do poder, fazendo e desfazendo sem respeito pela vontade dos cidadãos, CDS/PP, PS e PSD não são merecedores de uma renovada confiança.

O que se pode seguir?

Seja qual for o epílogo da crise, o governo estará mais interessado em agradar do que em governar; a oposição mais apostada em anular do que apresentar uma alternativa.

Em boa verdade, apenas as empresas de sondagens, e mais um par de mercenários, comissionistas e afins, parecem ser os grandes ganhadores.

Os perdedores são os cidadãos esmagados pelos impostos, sem acesso digno e justo à saúde, cuidados de emergência, protecção social, habitação, segurança, justiça e educação.

É que pouco ou nada mudou, desde 10 de Março de 2024, data em que os portugueses deram uma vitória eleitoral à coligação actualmente no poder.

Portugal não pode ser uma vulgar parada, nem um jogo de póquer, muito menos uma roleta, merece decisões políticas sólidas e sustentadas na racionalidade.

A única réstia de clarificação é a confirmação dos mandatos erráticos de Marcelo Rebelo de Sousa, incapaz de afirmar um comportamento institucional, relevante e estável.

A crise de 2025, com ou sem eleições antecipadas, é uma oportunidade de ouro para os portugueses começarem a penalizar os partidos do Bloco Central.


segunda-feira, 3 de março de 2025

TRANSPARÊNCIA: DA SALA OVAL À CRISE PORTUGUESA


O “grande momento de televisão” na Casa Branca, símbolo do poder mundial, entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, ficará nos anais como um dos momentos de maior desconstrução do funcionamento do poder.

O que fica é a forma brutal como os líderes dos Estados se relacionam entre si, relegada a questão da forma (fato, linguagem, etc.) tão apreciada pelos afins e mercenários, tanto mais que o hábito não faz o monge.

O Mundo ouviu e viu, ao vivo e a cores, como o mais forte espezinha e humilha o mais fraco, à revelia de todos os valores e da lei internacional.

A conversa entre “animais”, uns mais facínoras do que outros, é comum nos bastidores, nas negociações militares ou económico-financeiras que ficam no silêncio dos corredores, pelo que substantivamente nada de novo aconteceu.

O que ainda mais impressionou nesta selvajaria é a discussão da paz na Ucrânia invadida, tão querida da Europa, enquanto permanece o faz-de-conta em relação à Palestina, ao Sudão e noutros lugares vítimas do impune tráfico de armas.

Facto: em qualquer dos casos, sejam quem forem os contendores, bastava fechar a torneira das armas.

A realidade que tem conduzido o Mundo ao desastre continua a ser determinada no século XXI por egos e lideranças brutais, em democracia ou em ditadura, impondo termos devastadores e consequências irreparáveis.

Com os preparativos da III guerra mundial em marcha, Portugal assiste a mais uma crise política interna em que os algozes fazem de cordeiros e o coro das facções aplaude uns e outros.

Não é preciso invocar o escândalo Watergate, entre outros, para confirmar que a transparência, agora estrondosamente reconfirmada na Sala Oval, é um activo de enorme importância.

Se Portugal fizesse da transparência um desígnio nacional, os portugueses não seriam tão pobres e repetidamente esmagados com a cumplicidade da elite, da classe política e até, nalguns casos, da comunicação social.