E, hoje, também já é certo para todos que não valeu a pena deixar o SNS à sua sorte.
Nem fazer de conta que o dinheiro desviado pela corrupção não nos faz falta nos momentos decisivos.
E, de igual modo, ainda é mais patente que a receita do recurso ao dinheiro sujo pouco valeu para termos serviços preparados para acorrer às necessidades dos cidadãos.
Apelar para nos protegermos quando não temos com que nos proteger é simplesmente grotesco.
Branquear o passado e o presente à custa de atitudes repugnantes de terceiros é ainda tão ou mais repugnante, porque só serve para acobertar decisões políticas que roçam o criminoso e alimentar a impunidade.
Nem fazer de conta que o dinheiro desviado pela corrupção não nos faz falta nos momentos decisivos.
E, de igual modo, ainda é mais patente que a receita do recurso ao dinheiro sujo pouco valeu para termos serviços preparados para acorrer às necessidades dos cidadãos.
Apelar para nos protegermos quando não temos com que nos proteger é simplesmente grotesco.
Branquear o passado e o presente à custa de atitudes repugnantes de terceiros é ainda tão ou mais repugnante, porque só serve para acobertar decisões políticas que roçam o criminoso e alimentar a impunidade.
E, convenhamos, não faz sentido falar em unidade quando o PM mente grosseiramente ao país e é, aliás, barrado pelos Bastonários dos médicos, farmacêuticos e enfermeiros, exemplares a cumprir o seu dever ético.
Sim, vale a pena ir para o terreno e mostrar o país que trabalha, mas de nada adianta esconder o outro lado, o da vida esquecida, condenada por políticas públicas erradas ou por empresários desqualificados.
Não, não nos podemos resignar às "atitudes de Estado", nem ao empreendedorismo selvagem, nem permitir o "lava mais branco" do passado para proteger as clientelas do costume, porque não somos carne para canhão.
Os últimos acontecimentos envolvendo os mais idosos, bem como os mais de 14% de profissionais de saúde infectados, já são uma vergonha nacional, e fazem prever o pior no momento crítico que está aí à porta.
À medida da progressão da pandemia, os números podem servir para tudo, mas os cenários dantescos de sucessivas falhas, passadas e presentes, ganham contornos insuportáveis.
Mesmo sabendo que há quem esteja a fazer o seu melhor, com abnegação e generosidade, em prol da saúde pública, é sempre a hora para questionar quem propala que "ninguém fica para trás", bem como aqueles que ainda têm a audácia de afiançar que "ninguém está a mentir".
Habituados ao que a casa gasta, é preciso lembrar enfaticamente: por um lado, não ficará impune quem adiou medidas que acabaram em mortes; por outro, não ficará pedra sobre pedra sobre quem já começa a desistir e apressa os critérios para escolher quem vive e morre.
É o momento de recordar: o vírus pode estar a liquidar homens e mulheres, mas ainda não matou a Justiça e a Democracia.
E não bastam as sondagens de última hora, nem os elogios ditirâmbicos encomendados aos serviçais do costume, nem a fabricação de um qualquer inimigo externo de última hora.
O recurso às tácticas serôdias para tentar alijar responsabilidades próprias só agrava mais o fosso entre os cidadãos e os governantes.
O recurso às tácticas serôdias para tentar alijar responsabilidades próprias só agrava mais o fosso entre os cidadãos e os governantes.
De Costa a Marcelo, de Macron a Merkl, de Sanchez a Conte, há uma geração de políticos da União Europeia que não esteve à altura da exigência dos tempos e da governação, pelo que dificilmente serão capazes de liderar a reconstrução da economia e a reinvenção da própria Democracia.
A COVID2019 representa um momento extraordinariamente negro, mas também poderá ser uma oportunidade luminosa para extirpar uma certa forma de fazer política e de governar.
Resta saber se a mudança vai servir para mais e melhor civilização.