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segunda-feira, 17 de junho de 2024

ANTÓNIO COSTA MERECE MAIS


O ambiente não deixa dúvidas: a corrupção está instalada, e continua a minar o país e as gerações futuras.

Ana Paula Rosa, juíza que presidiu ao colectivo que condenou Manuel Pinho e Ricardo Salgado, no caso EDP, não teve qualquer pudor em falar de «corrupção desenfreada».

Neste cenário, não surpreendeu a notícia de troca de favores, contratos e dinheiro que envolveram Domingos Andrade, jornalista, e Eduardo Vítor Rodrigues, autarca socialista de Gaia.

Nem as relações entre informação, política e negócios escapam, e a procissão ainda não saiu do adro.

É neste quadro que o Bloco Central avançou, a todo o hidrogénio, com a campanha para a escolha de António Costa para a liderança do Conselho Europeu.

Nem o facto de o ex-primeiro-ministro ter apresentado a demissão, imediatamente, por suspeita de prevaricação, parece atrapalhar, cá dentro, companheiros e adversários políticos.

O mais extraordinário, a par das múltiplas profissões de fé, é não haver uma única palavra sobre a eventual violação do segredo de justiça.

Nada, é como se a Justiça estivesse ao serviço, como se o Ministério Público não existisse, aliás até já é alarve e politicamente abonado que a questão está arrumada.

É como se os procuradores João Paulo Centeno, Hugo Neto e Ricardo Correia Lamas (DCIAP) e José Duarte Silva (STJ), entre outros, já tivessem passado à condição de capachos dos políticos.

Não vai ser preciso muito tempo para saber se Lucília Gago se colocou ao serviço de alguns partidos políticos e do Estado ou se cumpre, até ao fim do mandato, a tutela do princípio da legalidade.

António Costa merece mais, não pode ficar associado ao tratamento especial da Justiça, à celeridade que não está ao alcance dos seus concidadãos ou à capitulação da Procuradoria-Geral da República.