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segunda-feira, 1 de abril de 2024

AMEAÇA DO BLOCO CENTRAL


Se o estado de graça está garantido, a verdade é que Luís Montenegro teve um mau começo, apenas disfarçado pela formação a tempo e horas, sem sobressaltos públicos, do XXIV governo constitucional.

Está feita a escolha dos 17 magníficos – não confundir com os samurais nem com o filme de Antoine Fuqua –, com surpresas e algum arrojo, com desilusões e algumas concessões.

A influência transversal de quem não está, mas é como se lá estivesse, foi o que mais surpreendeu, desde logo colocando em risco a coesão entre o primeiro-ministro e a restante equipa.

Se é verdade que o Executivo foi constituído sem negociação com André Ventura, não é menos verdade que já é perceptível a ameaça do Bloco Central em relação ao PRR.

As primeiras impressões não foram positivas, pelo que é preciso arrepiar caminho e retomar iniciativa política: tem de haver resultados na saúde nos próximos dois meses.

Nas outras quatro áreas cruciais, mais do que conhecidas, também são aguardados frutos.

As cascas de banana deixadas por António Costa e pelo seu dream team, entre as quais se destacam o excedente orçamental e as medidas de última hora, merecem resposta com sagacidade política.

Todavia, o que mais importa é a demonstração de capacidade negocial, de forma diligente e consequente, com transparência e à luz do dia.

Manter uma posição imperial, à espera de ser derrubado, seria politicamente fatal.

A receita é simples: respeitar o resultado do voto dos eleitores e melhorar o dia-a-dia dos portugueses.

A tarefa é de monta, com pouca margem para ingenuidades e erros, sobretudo como aqueles infantilmente cometidos na atribulada eleição do presidente da Assembleia da República.

O tempo de mais mentiras e ilusões está esgotado.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

CAIR NA REAL


Ainda que os milhares de milhões de euros do PRR possam vir a mitigar alguns dos estrangulamentos, as actuais aflições dos portugueses não vão ter solução no curto prazo.

Não é possível esperar um milagre, nem mesmo com o Cardeal do PS.

Nem é possível manter a situação de caos nos serviços públicos, pois os protestos já reúnem a esquerda e a direita na rua, dos moderados aos radicais.

A recente intervenção de Carlos Guimarães Pinto diz tudo: «A saúde é grátis, mas não há médicos; as creches são grátis, mas não há vagas; a escola é grátis, mas não há professores; os passes são grátis, mas não há comboios. (...) É tudo grátis, mas nada funciona».

O desvario da governação, amparado pelo branqueamento e folclore de Marcelo Rebelo de Sousa, tem um preço que começa agora a ser inquestionavelmente visível e palpável.

A solução não passa por castigar os mesmos do costume, os mais pequenos, os trabalhadores por conta de outrem e os contribuintes.

Nem tão-pouco por alimentar ficções, entre os quais, por exemplo, se destaca a dos mais jovens terem acesso a uma casa no centro das cidades, sonho que rareia nos países da União Europeia.

Custa assistir à desvalorização dos sinais de falência que estão à vista de todos.

A maioria absoluta concedida ao PS, que visava precisamente a implementação de políticas de fundo capazes de fazer a mudança, precisa de ser urgentemente reanimada.

É tempo de interromper os silêncios arrogantes, as falsas negociações, os diálogos de fachada, a corrupção endémica e a propaganda levada a cabo por mercenários e afins. 

A situação na escola, habitação, saúde, segurança e tribunais não coloca só o governo de António Costa à beira do precipício. 

São as instituições na iminência da descredibilização.

É preciso cair na real para poder construir um futuro.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

VERÃO 2023: PREPARADOS?


A época de todos os perigos já começou.

Os portugueses vão enfrentar, novamente, como se fosse uma inevitável fatalidade, os três meses da época balnear com o coração nas mãos.

Dos fogos aos cuidados hospitalares, sem esquecer a segurança, as escolas e os tribunais, o actual caos só pode conhecer desenvolvimentos ainda mais dantescos.

Os riscos de mais milhares de hectares devastados, de mais mortes desnecessárias, nas serras e à porta das urgências, são tão elevados quanto o previsível aumento das temperaturas.

De igual modo, o braço-de-ferro entre as polícias e o governo de António Costa, num país com a imigração descontrolada, prometem o nunca visto, com a agravante da realização das Jornadas Mundiais da Juventude.

Como se não bastasse, o pandemónio nas escolas e os tradicionais atrasos da justiça, que agora estão a atingir foros de escândalo, prometem um Setembro avassalador.

Todo este cenário aterrador não parece preocupar a elite, apenas interessada em garantir a sua parte da “chicha” do PRR, quanto mais cedo melhor.

Por isso mesmo, pouco lhes importa os “casos e casinhos”, enquanto não lhes bater à porta, por mais que coloquem em risco o Estado de Direito.

Apesar de o cenário ser negro, tal também não parece incomodar os órgãos de soberania, tais são as suas declarações descontraídas, sempre sorridentes, com tempo para joguinhos teatrais, com que brindam os portugueses.

Em síntese: o poder continua confortável com agonia das famílias, com o crescimento dos sem-abrigo e da pobreza, com o definhar das PME’s, escondendo-se atrás de um qualquer marketeiro, com vocação de mercenário, sempre capaz de inventar uma qualquer “missão” para desviar as atenções.





segunda-feira, 10 de abril de 2023

BODY CAM PARA COSTA E MARCELO


Poucos foram aqueles que anteciparam uma tal crise institucional e política.

Foram semanas, meses, anos, a tentar alertar para o descaramento institucional e a propaganda para ocultar a realidade.

Agora, se os milhares de milhões de euros enterrados na TAP despertarem os portugueses para os abusos, então não foi dinheiro inteiramente desperdiçado.

Nunca foi tão clara a governação falhada e o arbítrio na gestão pública.

Aliás, já ninguém tem dúvidas sobre a política de austeridade disfarçada com anúncios e promessas, nem sobre os números orçamentais à custa do sofrimento dos cidadãos.

Face a esta situação pantanosa, e após a óbvia crise do regular funcionamento das instituições, em curso, o que podem esperar os portugueses?

Em primeiro lugar, a radicalização de António Costa, inebriado pelos seus truques e por um poder absoluto que lhe começa a escapar entre os dedos.

Em segundo, a irrelevância de Marcelo Rebelo de Sousa, o «maior aliado do governo» cativo do folclore e do branqueamento próprios.

A pandemia e a Guerra na Europa apenas aceleraram a visibilidade do lixo varrido sistematicamente para debaixo do tapete.

Com o braço-de-ferro encenado, em que não faltam a comunicação incompetente e delirante, bem como caricatas zangas e reconciliações, o país continua à deriva.

A paz podre institucional é um risco ainda maior do que o já mais que certo incumprimento dos prazos do PRR.

Refém da dissolução precipitada de 5 de Dezembro de 2021, surpreendido pela maioria absoluta do PS, Marcelo Rebelo de Sousa está condenado a esbracejar e a continuar a sorrir.

Com estes dois protagonistas, orgulhosamente sem papéis, mas com comprovados abusos e violências sobre os cidadãos, só com uma body cam seria possível prevenir mais desmandos.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

PORTUGAL EM SUSPENSO


O agravamento da crise está a gerar novos sinais de ruptura social, enquanto a governação de António Costa revela dificuldades crescentes e sinais de desagregação.

A pobreza já não é possível de esconder.

O desemprego continua a subir mês após mês.

A saúde, a justiça, a educação, a imigração e a segurança entraram num vórtice de indiferença em relação ao caos instalado.

O país está preso por arames.

A cada intervenção de António Costa, os cidadãos temem pelas suas liberdades e direitos adquiridos, como comprova a chantagem do arrendamento compulsivo.

A cada declaração de Marcelo Rebelo de Sousa, mais branqueamento, folclore ou ambiguidade, os cidadãos esperam o fim do XXIII governo, a queda de mais um qualquer governante.

Se o dia-a-dia já é terrível, as expectativas ainda são piores com o desnorte dos órgãos de soberania, como comprova o falhanço das promessas, as incoerências em relação ao PRR e a TAP em voo livre.

Num tempo em que a recuperação económica é fundamental, o poder político apenas reserva para o cidadão comum um horizonte de mais medo, ameaças, mais capital e litoral e menos interior.

As PME’s desesperam.

Em contraponto, as grandes empresas – Bancos, telecomunicações, gasolineiras e hipermercados – vivem tempos dourados, lucros excepcionais, benefícios fiscais inexcedíveis e apoios milionários.

É todo um país maltratado, ignorado, asfixiado, novamente adiado.

É Portugal em suspenso.


segunda-feira, 7 de novembro de 2022

CALDINHO DE GALINHA, À CHINESA


Miguel Alves, secretário de Estado Adjunto, era capaz de servir de inspiração para o guião de um filme de um qualquer país do Terceiro Mundo.

Não pode almejar ser o protagonista, pois António Costa preenche indiscutivelmente os requisitos necessários para ser o cabeça-de-cartaz.

A indecência republicana não é nova, aliás tem sido sempre assim com o PS em maioria absoluta.

Não é de admirar, pois o desprezo que o primeiro-ministro tem revelado pelos cidadãos é bem patente nos serviços públicos prestados em Portugal.

Novidade é mesmo o desapego em saber o essencial: por que razão António Costa, apesar de saber, ou dever saber, a situação de Miguel Alves, arrisca a credibilidade democrática que lhe resta?

Em primeiro lugar, porque julga-se o novo DDT; em segundo, porque os seus truques e ficções têm resultado; e, por último, porque sabe qual é a capacidade de escrutínio da imprensa.

Os jornalistas têm medo de fazer perguntas que realmente incomodam o primeiro-ministro, pois sabem que tal pode resultar em dias mais difíceis.

Uma entrevista, tipo caldinho de galinha, à chinesa, pode garantir uma vida bem mais calma e compensadora.

Os tempos são assim, entre arbítrios, graçolas, ostentações, vaidades e vassalagens amplamente cobertas pelos holofotes mediáticos sem qualquer critério editorial.

O presidente não perdoa falhas na execução do PRR, mas tolera mais sem-abrigo, mais mortes por falta de assistência médica, mais atrasos no processo de reforma, mais e mais Odemira e até um governo com um notável arguido.

Os tempos excepcionais de crise são um perigoso rastilho que pode incendiar com este tipo de condutas politicamente patéticas.

A receita de gritar aos sete ventos que a Democracia está em perigo, para esconder a podridão do regime e ganhar eleições, não é eterna.