A manifestação gigantesca pela liberdade de expressão no Brasil, activada pela direita, e o apoio a Kamala Harris, prontamente agradecido, de um criminoso de guerra, Dick Cheney, dão a dimensão da actual vertigem.
A onda de violência de Estado, que perpassa a Alemanha, a França e o Reino Unido, é apenas mais outro degrau da tragédia em curso.
O que resta?
Os cadáveres dos palestinianos, ucranianos e demais povos que tombam às mãos dos senhores da guerra.
Crianças e idosos liquidados a sangue frio jamais serão esquecidos, as de hoje como as das guerras mundiais e demais conflitos hediondos.
Imaginar que é possível perpetuar esta realidade pavorosa, através da proibição das redes sociais, só é admissível a quem já perdeu completamente o juízo.
Quando as democracias não se distinguem das ditaduras, pelos princípios e acções, então o resultado só pode ainda piorar.
Quem são os responsáveis?
Os responsáveis são aqueles que sempre estiveram disponíveis para ganhar uns cobres a fazer negócios com assassinos, em nome de alegados postos de trabalho e solidariedade com os povos oprimidos.
Quem tem as mãos cheias de sangue nunca poderá garantir nada, nem o modo de vida ocidental, nem o Estado de Direito, nem a cidadania, nem o futuro.
Mais um passo em direcção ao abismo: a apatia em relação à escolha da liderança da Procuradoria-Geral da República que deixará marcas profundas.
Já nem a lei da rolha, as palavras redondas e as luvas de pelica conseguem disfarçar quem são, o que são e ao que vêm.
Hoje é preciso voltar a lutar pela liberdade, porque os líderes eleitos em democracia estão a percorrer perigosamente caminhos semelhantes aos dos ditadores.