segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

PEDRO NUNO SANTOS TIRA A MÃO DO BOLSO


Quando passam 80 anos sobre o Holocausto, a paz e os direitos humanos ganham um valor que é superior à geometria variável dos líderes das democracias imperfeitas e das ditaduras.

A monstruosidade não se pode repetir – invasão russa da Ucrânia, genocídio de Israel em Gaza, exploração selvagem de seres humanos.

É neste enquadramento que Pedro Nuno Santos dispara várias declarações, em entrevista ao Expresso, dando um sinal de compreender a realidade dos novos tempos.

O líder do PS prestou um enorme serviço, mesmo que possa ser apenas mais uma declaração instrumental para atingir o poder.

A dimensão das suas declarações, designadamente em relação à imigração, é uma monumental reacção a décadas de exploração dos imigrantes na Europa, designadamente em França e na Alemanha.

Não é mais possível assegurar o desenvolvimento económico através da grosseira e vil exploração de seres humanos, muito menos através da guerra.

O distanciamento de uma esquerda fandanga, que aliás serve para alimentar uma direita rasca e extremista, é muito mais do que lucidez, é mea culpa, é um ponto de partida.

O espaço mediático já não pode continuar a ser divido entre crianças que morrem por causa da ganância, da violência ou da falta da vacina contra a malária e os novos e os velhos bilionários com os seus iates de centenas de milhões de euros.

A era é outra, é o tempo das redes sociais, só quem ainda não o percebeu pode ter ficado surpreendido com a força da evidência: a política do humanismo na boca e a mão no bolso está condenada.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

MUDANÇA COM MAIS VERDADE


A alegria da paz não pode encobrir o genocídio de Gaza, agora à vista de todos, mesmo daqueles que tudo fizeram para o esconder e desvalorizar.

A memória das imagens do horror não pode ser apagada, chegaram a todos os seres humanos, a mães, a pais e a filhos nos cinco continentes.

O branqueamento de criminosos de guerra, sejam eles quem forem, estejam de um lado ou do outro, é a melhor forma de fazer germinar as sementes do ódio que voltaram a ser arremessadas no Médio Oriente.

Já era tempo de mudar, a mudança está em curso, a União Europeia tem de arrepiar caminho.

A tomada de posse do 47º presidente dos Estados Unidos da América promete, desde logo enfrentar décadas de um status quo podre e corrupto, assente em meias verdades e na cumplicidade da maioria dos Media.

A brutalidade de Donal Trump, designadamente a deportação em massa de ilegais, é a resposta à monstruosidade da escravatura de imigrantes em nome do crescimento do PIB, sob a falsa capa de bondade e humanidade.

A promessa da verdade sobre os assassinatos de John F. Kennedy, Robert Kennedy e Martin Luther King, entre outras, é de uma importância capital, por ora compensa outros eventuais riscos da nova administração norte-americana.

As redes sociais contribuíram para escancarar as portas dos Estados viciados nas suas próprias mentiras, ocupando o papel que o jornalismo deixou de poder fazer.

Os cidadãos não gostam do que estão a ver, e felizmente continuam a poder manifestá-lo seja no X, no Facebook, no TikToK, etc.

Proibir a liberdade de expressão e de opinião só é possível na iniquidade das ditaduras, num Estado policial, como o Reino Unido.

A invasão russa na Ucrânia e os conflitos que continuam a matar milhões de inocentes não são toleráveis.

Pior do que assassinos e ditadores alimentados pela globalização selvagem, só o passo suicida de uma corrida generalizada às armas.

Gaza está à vista, é irrepetível.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

BANALIZAR A IGNOMÍNIA


A nível nacional, como internacional, sente-se a falta de espírito crítico e independente, até mesmo em relação ao intolerável.

Do fecho das urgências aos tempos de espera, à situação na escola, habitação, justiça e segurança, os cidadãos assistem impotentes e sentem na pele o caos instalado, tendo ainda de aguentar mentiras descaradas do poder ou o branqueamento dos Media.

A política externa portuguesa continua ao nível rasteiro, com as habilidades semânticas de Paulo Rangel e até a inacreditável ponderação de Marcelo Rebelo de Sousa em marcar presença na tomada de posse de Daniel Chapo.

Não admira que os jornais estejam reduzidos a um par de folhas, sem leitores nem anunciantes, aliás esmagados por uma informação televisiva, sem agenda própria, que engole o faits divers e a informação das grandes agências.

A aceitação da invasão da Ucrânia e do genocídio em Gaza faz-se à custa do empolamento de outras tragédias, mesmo aquelas que atingem os mas ricos e poderosos, sem igual critério para os sem-abrigo e mais pobres.

As palavras dos líderes mundiais, como Donald Trump, têm uma leitura literal e jocosa, esquecendo que a sua actuação política em tudo difere das palavras manhosas dos políticos tradicionais.

Lança-se a lama onde ainda há uma réstia de esperança, desvaloriza-se o desastre à vista onde deveria haver mais escrutínio, verdade e indignação.

Não admira que, em Portugal e no resto do Mundo, a cidadania prefira as redes sociais para se informar, pois estão fartos de critérios enviesados.

Aliás, o absurdo é tal que são os eurocratas de Bruxelas, que não foram eleitos, a apontar o dedo a um bilionário que tem desmascarado algumas ignomínias que perduram nas últimas décadas.

Felizmente, ainda há excepções, como Carlos Cortes: «Os problemas no SNS atingiram um patamar de banalização e aceitação absolutamente inadmissível (...) o fecho de urgências ou tempos de espera a rondar as 20 horas seriam aberturas de jornais há 10 ou 15 anos atrás».

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

SNS: MAIS FALHANÇO


Os tempos de espera na Urgências, as mortes por falta de assistência e cuidados de saúde contrastam com o fausto em que o poder político vive, adornado agora com o obsceno debate sobre os políticos ganharem pouco.

Apesar de mais de 17 mil milhões de euros anuais, a organização do SNS continua a falhar, deixando os cidadãos à sua mercê, uma factualidade herdada da governação do PS de que Marcelo Rebelo de Sousa diz ter saudades.

Não é possível tolerar mais esta gente no poder que diminui o sofrimento e a aflição de quem ainda tem de fazer telefonemas ou tocar à campainha para obter ajuda médica e especializada.

O crescimento da mortalidade infantil é mais um sinal de alerta.

Ainda que haja pouco a esperar daqueles que calam o genocídio em Gaza e demais ditadores (China, Moçambique, Venezuela, etc.), ainda estamos a tempo de evitar um colapso social com consequências imprevisíveis.

Luís Montenegro entra em 2025 com a corda na garganta.

O seu plano de emergência é um rotundo falhanço, pelo que é preciso arrepiar caminho, assegurar aos portugueses que os recursos são prioritariamente alocados para os acudir no dia-a-dia.

Mesmo que a alternativa seja tão duvidosa ou ainda pior, a cidadania nunca pode pactuar com quem, seja da esquerda ou da direita, convive sem sobressalto com o desprezo pela dignidade e o valor da vida.

Face a uma realidade que se repete, anualmente, é preciso acabar com tanta insensibilidade e mentira.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

É TEMPO DE MORTE E ABANDONO


As notícias de crianças que morrem de fome e de frio obrigam a mais do que uma reflexão, a muito mais do que um veemente protesto.

Da Ucrânia e da Palestina gélidas surgem imagens que contrastam com as nossas calorosas Boas Festas.

É a guerra, dirão alguns, mas não é só a guerra.

As balas e as armas sofisticadas – construídas e disparadas por quem já perdeu o sentido da Humanidade –, são apenas uma parte da tragédia.

Há outras mais silenciosas que também matam.

Um milhão na União Europeia, dos quais cerca de 15 mil em Portugal.

Cerca de 800 mil nos Estados Unidos da América.

São os sem-abrigo dos dois mais ricos blocos comerciais mundiais.

Sem nunca esquecer os cerca de 500 milhões de seres humanos no continente africano que vivem na maior pobreza.

É tempo de morte e de abandono nas sociedades indiferentes e cruéis.

Nunca poderá haver governação bem-sucedida, quando estes números avassaladores são reduzidos a estatísticas irrelevantes ou a vãs promessas.

É preciso mudança em 2025, são precisos novos senhores do poder com capacidade para enfrentar os flagelos que envergonham a civilização.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

NATAL (PARA ALGUNS)


No tempo que se diz de paz e de alegria, traduzido por um consumismo histérico e desenfreado, a guerra continua a martirizar milhões de pessoas.

Além do genocídio em Gaza e da invasão russa que tem massacrado a Ucrânia, existem outros conflitos brutais: Burquina Faso, Líbano, Somália, Sudão, Iémen, Mianmar, Nigéria e Síria.

A solidariedade de plástico não apaga a indiferença face à brutalidade longínqua, muito menos aquela com que convivemos de perto, diariamente, como os sem-abrigo, os doentes e mais pobres e os socialmente excluídos.

A prioridade não pode continuar a ser a polémica de alecrim e manjerona, o projecto faraónico, a discussão estéril sem ir à raiz do problema e a infantilidade de tentar ocultar a realidade.

Já não basta apenas a palavra, a profissão de Fé, a opinião e a manifestação.

É preciso dar um sinal aos decisores e aos representantes políticos que elegemos: o respeito pela dignidade humana.

Não há crescimento económico, inflação e PIB mais importantes do que acorrer às chagas sociais e à vertigem dos ditadores.

A globalização selvagem tem reforçado os Estados párias: Afeganistão, Bielorrússia, Coreia do Norte, Eritreia, Guiné Equatorial, Israel, Kosovo, Myanmar, Rússia, Síria, Sudão, Uzbequistão e Zimbabué.

São pelo menos mais de 400 milhões de pessoas à mercê de assassinos impiedosos que apenas perduram com a nossa cumplicidade.

No século XXI, de estonteantes descobertas científicas, em que as redes sociais estalaram o politicamente correcto, já não é possível continuar a fazer política e a exercer o poder como no século passado.

A desigualdade, a corrupção e a impunidade não são questões de esquerda nem de direita, são ameaças aos princípios de Humanidade.

Não é só consciência, nem tema de mais um Natal (para alguns), é uma questão de civilização e de sobrevivência dos regimes democráticos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

SORRISO APATETADO E DEDO ESTICADINHO

 


A realidade comprova que houve um tempo em que nos podíamos orgulhar do respeito por um limiar mínimo de subsistência e dignidade.

Hoje, apenas podemos falar de uma ficção alimentada por politiqueiros, comunicação social de rastos, mercenários e demais afins.

No SNS, a quebra do livre acesso à saúde é um dos mais gritantes exemplos do abastardamento reinante, obrigando as grávidas a uma insuportável e intolerável incerteza.

Não é caso único, basta recordar a balbúrdia na escola, na justiça, na protecção civil e na segurança.

O crescimento brutal dos sem-abrigo, cujo número já atingiu os 15 mil, é o maior atentado aos mais elementares direitos individuais, consagrados numa protecção do Estado garantida constitucionalmente.

Não os podendo esconder, apesar de algumas tentativas, nem mesmo a desgraça à vista de todos sensibiliza e mobiliza os órgãos de soberania, impotentes e remetidos a um cinismo político ímpar.

Há uma forma de estar e exercer o poder que representa a maior ameaça ao regime democrático conquistado em Abril.

Não bastam memória e heróis, nem palavras ocas e inconsequentes, sobretudo daqueles que já falharam e parecem nem sequer se importar com o sofrimento infligido aos concidadãos.

Não podemos ficar à mercê de mais um qualquer sorriso apatetado ou de um dedo esticadinho, esses sim, as verdadeiras ameaças que deveriam mobilizar a cidadania.

A prioridade tem de voltar a ser o respeito pela dignidade humana, princípio sem qual nunca será possível construir uma sociedade sã e disponível para enfrentar os desafios do futuro.

Depois da desastrosa governação de António Costa, Luís Montenegro está à beira de perder a confiança de quem ainda julgou que seria possível alguma mudança.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

DE FRENTE, OLHOS NOS OLHOS



No dia da cerimónia do centenário de Mário Soares, as mais básicas necessidades dos sem-abrigo, identificadas pela Comunidade Vida e Paz há um ano, continuam a ser ignoradas por Luís Montenegro e demais órgãos de soberania.

A realidade dos mais pobres, como outras, desde o SNS à Justiça, Educação e Imigração, não incomoda os governantes e poderosos, sempre com outras prioridades e agendas para satisfazer clientelas.

Foi um murro no estômago: «Mário Soares é também cúmplice e activista de um sistema de donos-disto-tudo que se iniciou à sua sombra e se manteve à sua sombra».

A par do reconhecimento do contributo do líder histórico do PS, a declaração de André Ventura, na Assembleia da República, reafirmou o que todos sabem e alguns continuam obstinada e infantilmente a tentar esconder.

De frente, olhos nos olhos, não serve a idolatria oca, a manipulação dos factos e da história, importa reconhecer a verdade, o que não correu bem – e continua a não correr –, para melhor poder resolver um presente que está à vista de todos.

Os “anjinhos”, que José Sócrates agora detesta, tiveram de ouvir o que o país inteiro ouviu, em directo, uma realidade a que não estão habituados e suportam mal.

Não é por acaso que existe uma onda de repressão e tentativa de abafamento dos protestos, da liberdade de expressão e opinião, pois há uma “casta” que não gosta de ser tratada como merece.

O actual admissível, que é inadmissível à luz dos mais elementares princípios da civilização, só pode ser motivo de orgulho para fanáticos, para quem julga que pode enganar eternamente o povo com um par de slogans inconsequentes.

Num tempo em que a mentira ainda colhe, denunciar o padrão da esquerda fandanga, que lembra a direita rasca quando negava o espezinhar dos direitos humanos das ditaduras de má memória, é um serviço público inestimável.



segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

“BOM SENSO”, BORLAS E MUDANÇA


Em Portugal, no século XXI, a expressão de uma opinião pode ser freneticamente condenada, mas a inércia e a omissão criminosas continuam a ser toleradas.

Um protesto político, a roçar a ilegalidade, indigna os representantes de órgãos de soberania, governantes, deputados, afins e demais mercenários, mas outras ilegalidades e até crimes mais graves não merecem sequer condenação pública.

O pagamento da contribuição de serviço rodoviário, que foi declarada ilegal pelo Tribunal da Justiça da União Europeia em 2022, é um dos exemplos mais recentes e gritantes.

A revelação de que o SNS dá continuadamente cada vez mais borlas a estrangeiros, enquanto abandona os portugueses, é mais um escândalo ultrajante.

É esta espécie de “bom senso” que desespera os portugueses, com o regime democrático a empardecer, à deriva do curto prazo, com uma política externa pequenina no contexto de duas guerras assassinas e mais ataques aos direitos humanos.

Dir-se-á que a herança da esquerda fandanga já foi julgada nas urnas, mas a nova governação não dá sinais de determinação em alterar urgentemente a situação.

O abastardamento das prioridades políticas é tão grave quanto o papel das instituições que as desculpabilizam, desde logo os Media do mainstream que lá vão colorindo a ficção, por acção ou omissão.

São cada vez mais aqueles que acreditam que é possível mudar, porque a cidadania, ontem como hoje, não aguenta eternamente a injustiça flagrante, o actual admissível.

Resta saber se as soluções serão mais ou menos radicais, pois é preciso reafirmar que pior do que o pântano em que estamos mergulhados dificilmente poderemos vir a ficar no futuro.






segunda-feira, 25 de novembro de 2024

CÚMPLICES PELO AR E MAR



No dia em que se comemora o 25 de Novembro de 1975, a mensagem mais actual continua a ser a mesma: a ditadura não passará, seja de esquerda ou de direita.

Por isso também vale a pena celebrar os mandados de captura internacionais, emitidos pelo TPI, para Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant (Israel) e Mohammed Deif (Hamas).

Dois incidentes ganharam actualidade: em 2021, um caça da Bielorrússia forçou a Ryanair a aterrar em Minsk para prender o jornalista Roman Protasevich; em 2013, José Américo Bubo Na Tchuto, ex-almirante da Guiné-Bissau, foi detido em águas internacionais.

Os casos são antigos, mas servem de aviso para todos os criminosos de guerra, pois é real o risco de serem capturados em espaço aéreo ou marítimo internacional ou sob jurisdição dos países, incluindo Portugal, que já acataram a decisão do tribunal de Haia.

As dezenas de cúmplices dos crimes de guerra em Gaza têm de ser escrutinados, tal como foi Vladimir Putin pelo desvario selvagem na Ucrânia, devendo ser alvos de idênticas medidas se assim se justificar.

Não faltam candidatos a prestar contas à justiça internacional, desde Joe Biden e Kamala Harris, sem esquecer Keir Starmer, Rishi Sunak, Emmanuel Macron, e Olaf Scholz, entre outros algozes.

O papel de Portugal, desde o ataque terrorista do Hamas, de 7 de Outubro de 2023, também merece a maior atenção, pois nem a dissimulação nem o maior ou menos grau de envolvimento podem diminuir a gravidade dos actos praticados.

A cidadania tem desempenhado um papel fulcral na denúncia e na forte condenação de quem mata e ajuda a matar civis e vítimas inocentes, seja na Palestina ou em qualquer outro lugar.

Os políticos da velha guarda continuam a acreditar que é possível fazer a guerra, com a monstruosa teoria dos danos colaterais, mesmo nos tempos em que a informação global já lhes escapou entre os dedos das mãos e dos aparelhos de Estado.

Olaf Scholz e a sua ministra Annalena Baerbock estão a caminho do despedimento, enquanto o presidente francês luta pela sobrevivência política e institucional.

A petição para destituir Keir Starmer, com mais de dois milhões de signatários, é apenas um começo, mais um exemplo de como a repressão e o controlo dos Media são insuficientes para escapar ao escrutínio global e à justiça internacional.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

UNIÃO EUROPEIA: O GRAU ZERO


O Parlamento Europeu assinala mil dias da invasão russa, porventura com a mira apontada para igual comemoração do genocídio em Gaza e da invasão do Líbano perpetrados por Israel.

Entretanto, Joe Biden avançou com a autorização para os ucranianos poderem usar os mísseis de longo alcance contra a Rússia, seguido imediatamente por França e Reino Unido.

É neste quadro alucinante que os cidadãos assistem ao suicídio do jornalismo, como sublinhou José Manuel Fernandes em artigo de opinião.

A este cenário pantanoso, que ainda assim não disfarça os sinais de pânico por todos os cantos do mundo, soma-se um desenvolvimento médio anémico, o qual não tem limitado mais e mais promessas fantasiosas.

O caso português é gritante, pois nem a fabulosa “bazuca” consegue romper o crescimento da ordem dos 1,7%.

Não é o único escândalo: Luís Montenegro continua com os cadáveres políticos dentro de casa, arriscando o futuro do próprio governo, onze mortes depois da constatação das falhas dos serviços de emergência médica.

A resposta dos norte-americanos ao desvario, à ficção e à corrupção de Estado, a que alguns chamam eufemisticamente “complexidade”, foi clara: a maioria de Donald Trump em toda a linha.

Olaf Scholz e Annalena Baerbock, a dupla falhada da Alemanha, exibem a sua estratégia errática, enquanto Josep Borrell lá se vai desfazendo em meias-medidas.

De cabeça perdida, assim vão os líderes mundiais, a brincar com uma realidade que avança para cenários impensáveis e inaceitáveis.

É a União Europeia no seu pior momento da história, no grau zero, com Portugal sempre a acompanhar de joelhos a evolução internacional.





segunda-feira, 11 de novembro de 2024

TRUMP: A FORÇA DOS JOVENS


A vitória avassaladora de Donald Trump não deixou margem para quaisquer dúvidas: os Estados Unidos da América não estão divididos, nem à beira da secessão.

O cinismo político de uma certa esquerda à deriva, porque deixou cair os princípios, foi derrotado por quem não aceita a guerra, o politicamente correcto na imigração e a inflação que castiga a classe média e os mais pobres.

A eleição do republicano só surpreendeu os fanáticos, quem ainda acredita, ou faz-de-conta, no que resta da isenção do jornalismo e da fiabilidade das sondagens.

O mais relevante nas eleições presidenciais norte-americanas é também um sinal de esperança: os jovens recusaram o status quo podre da dupla Biden/Kamala.

A liberdade de expressão e manifestação, tal como o arrastar da guerra na Ucrânia e do genocídio em Gaza, são inegociáveis para a juventude norte-americana, tal e qual como foram o Vietname e a invasão do Iraque.

A alternativa no século XXI não é o wokismo palavroso e folclórico, são medidas concretas e coerentes em favor da paz, dos imigrantes com direitos, do respeito pelas minorias, da vida digna, com saúde e segurança.

O progresso avança, com os Media tradicionais a perderem o exclusivo da mediação, pois a realidade está cada vez mais à mercê de um clique, na diversidade e pluralidade das redes sociais.

Só o sectarismo desmedido, de quem se contenta com o apoio de Hollywood enlameado, permitiu a tentativa incompreensível de desvalorizar a proposta de Robert Kennedy Jr (MAHA - Make America Healthy Again).

De igual modo, o apoio de Elon Musk foi decisivo, não por causa dos milhões de dólares que doou, mas pelos sonhos que voltou a transportar para a política norte-americana e mundial: o espaço e o combate à corrupção.

Ignorar os dois principais trunfos do 47º presidente dos EUA foi mais do que cegueira política, é a dogmática e obstinada recusa de um futuro reinventado, preferível ao presente e certamente melhor do que o passado de má memória.