Com as trapalhadas a explodir, o país político e mediático mostra indignação, mas tal não apaga a militante mistificação em pandemia e após o início da Guerra na Europa.
Aliás, umas manchetes úteis e uns discursos de circunstância também não apagam um ano inteiro de erros clamorosos sistematicamente dourados.
Não é sério apontar o dedo a António Costa e a Fernando Medina, porque alegam desconhecer o caso Alexandra Reis, e ao mesmo tempo ignorar olimpicamente a responsabilidade de quem também deve escrutinar.
Se a notícia até foi pública, estampada no semanário Expresso, por que razão se insiste em poupar o presidente?
Afinal, para que serve o orçamento anual de cerca de 17 milhões de euros para assegurar tantos assessores e consultores presidenciais?
Os portugueses já perceberam, no início de 2023, que vão pagar a factura do branqueamento brutal de Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois da gratuita antecipação da dissolução do Parlamento, em 5 de Novembro de 2021, o vírus do branqueamento da realidade, ainda sem vacina, tem rivalizado com o temível Covid.
Depois da surpreendente maioria absoluta do PS, Marcelo Rebelo de Sousa ficou refém do precipitado uso da “bomba atómica”, deixando a governação à mercê de todos os apetites.
No meio da falta de exigência, politicamente criminosa, a oposição parlamentar também tem de assumir parte desta responsabilidade de fechar os olhos à verdade dos factos.
Criticar António Costa é democraticamente necessário e politicamente legítimo.
Poupar obstinadamente Marcelo Rebelo de Sousa, entre outros, é um mau serviço ao país.
Luís Montenegro ainda o pode perceber a tempo.