segunda-feira, 2 de maio de 2022
GOLPE FINAL
segunda-feira, 25 de abril de 2022
25 DE ABRIL: 48 ANOS DEPOIS
Há 48 anos, no dia 25 de Abril, às 16:30, Marcelo Caetano anunciou a rendição.
Desde então, a conquista da liberdade permitiu sonhos, pesadelos, esperança e desilusão.
Hoje, mais uma vez, palavras e cerimónias consagram o fundamental, mas continuam a cair na ratoeira do branqueamento.
Os elogios das instituições, sempre justos e oportunos, perdem uma parte significativa da sua credibilidade, porque se persiste em omitir o abuso, a corrupção e a mentira.
Hoje, na Assembleia da República, o funcionário que sucumbiu ao cansaço e as vaias aos mais altos dignatários podem ter sido tão-só simbólicos, mas assumem a dimensão de uma realidade existente que não merece mais um virar a página.
Entre todos os discursos – quem diria! – Bernardo Blanco escapou à banalidade.
Nesta precisa hora, 48 anos depois, um jovem deputado lembrou o mais importante: o inconformismo da cidadania.
Entre o país que não quis saber e o país que quer saber, é a Iniciativa Liberal que chama a atenção para as teias de aranha que continuam a condicionar e a limitar o regime democrático.
segunda-feira, 18 de abril de 2022
PRESIDENCIAIS FRANCESAS: TUDO EM ABERTO
A tendência de radicalização continua a ser desvalorizada pelos senhores do poder, porque continuam a acreditar que, à última da hora, o colectivo adiará uma hecatombe política e social.
Os 45,1% obtidos por Marine Le Pen (23,15%) e Jean-Luc Mélenchon (21,95%) na primeira volta das presidenciais francesas deviam fazer soar todos os alarmes.
Mais grave ainda é o resultado de 57,8% alcançados entre os franceses com 25-34 anos: Marine (30%) e Mélenchon (27,8%), atirando Macron (19,3%) para um terreno pantanoso.
A realidade revela que o voto útil – ou o mal menor – já não é suficiente para manter o establishment.
O cansaço da juventude francesa e a incógnita da abstenção deixam tudo em aberto para a segunda volta.
A hipótese de vitória de Marine Le Pen está em cima da mesa, ameaçando um retrocesso de décadas, tal e qual como a agressão e a invasão da Ucrânia pelas forças russas.
Os franceses identificam Macron com o grande capital e Marine com os desfavorecidos, pois é cada vez mais difícil governar com a boca nos pobres e a mão no bolso.
Enquanto o centrão político continua a negar uma profunda reforma financeira, económica e social a nível global, Marine Le Pen está hoje mais perto do Eliseu do que em 2017.
Vladimir Putin está à beira de conseguir nas urnas francesas o que ainda não conseguiu – para já! – pela força das armas.
segunda-feira, 11 de abril de 2022
FRANÇA: A LUTA CONTINUA
A tentativa de resumir a Guerra na Europa
a um conflito entre a Rússia e a Ucrânia é uma desonestidade factual monstruosa.
É uma armadilha semântica em que políticos
e comentadores intelectualmente honestos, sejam de esquerda ou de direita, não
podem cair.
A verdade é que estamos perante um
agressor e invasor (Rússia) e um agredido (Ucrânia), como reconhecem todas as entidades
internacionais, desde 24 de Fevereiro passado.
De facto, há uma certa esquerda falida que tenta branquear o carniceiro, até veiculando imagens de origem duvidosa dos crimes – pasme-se! – ucranianos.
Este truque, abjecto, faz parte de um movimento tão velho quanto amplo, sempre travestido de preocupações com a paz mundial, que apenas visa consolidar o que ilegalmente foi conquistado pela brutalidade das armas.
Já o
conhecemos há muito tempo, basta lembrar aqueles que sempre defenderam a União
Soviética, mesmo depois de Budapeste (1956) e de Praga (1968).
Hoje, ainda vão mais longe no cinismo político, insistindo em defender a Rússia, mesmo depois da invasão da Crimeia (2014) e dos massacres de Alepo (2016), agora repetidos em Borodyanka, Bucha e Mariupol.
Curiosamente, estes algozes da Democracia, que andam sempre com os direitos humanos na boca, tombam nas contradições de um frentismo avençado.
Depois do alinhamento de Viktor Orban com Vladimir Putin, o financiamento russo da extrema-direita de Marine Le Pen, entre outros, é sumariamente atirado para debaixo do tapete.
O resultado da primeira volta das eleições presidenciais francesas é mais um alerta ao establishment que não pode ser ignorado.
A
perspectiva de ter um fantoche de Putin e dos seus apaniguados a liderar a França
é tão ameaçadora como fechar os olhos aos crimes de guerra de Putin e do seu
exército na Ucrânia.
segunda-feira, 4 de abril de 2022
BUCHA E MARIUPOL
O primeiro-ministro fez uma declaração de firme condenação depois de conhecido mais um massacre na Ucrânia.
segunda-feira, 28 de março de 2022
CARNICEIRO E ESCALADAS
segunda-feira, 21 de março de 2022
COSTA, BAIXA POLÍTICA E MIGALHAS
segunda-feira, 14 de março de 2022
DE PUTIN A SCHOLZ
O ex-chanceler alemão, Gerhard Schröder, tomou posse em 1998, aprovando o Nord Stream 1.
Depois da derrota em 2005 – Ängela Merkl no poder e o início do Nord Stream 2 –, rumou à Nord Stream AG e Rosneft, depois de ter sido contratado pelo Banco Rothschild.
É mais um exemplo de um negócio de Estado, com um banco e muitos interesses privados, o qual deu alento a Vladimir Putin para invadir a Ucrânia.
Entretanto, a trágica dependência do gás russo ainda não foi suficiente para uma resposta à altura de Olaf Scholz, actual kanzler.
Nem para uma atitude corajosa dos Verdes alemães – Robert Habeck, vice-chanceler e super ministro da Economia e do Ambiente, e Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros.
Mais grave ainda é a súbita e
extraordinária viragem dos Estados Unidos da América e da própria Rússia para a
China.
Os crimes na Ucrânia nunca poderão ser desvalorizados por outros crimes passados no Afeganistão, Chechénia, Iraque, Jugoslávia, Líbia, Palestina, Síria, etc.
Aliás, Alexei Navalny é tão intolerável como Julian Assange e Edward Snowden.
O pragmatismo e a geometria variável dos governantes mundiais continuam a levar à guerra, à barbárie e a milhões de refugiados.
As vítimas nunca foram mais importantes do que os interesses geo-estratégicos, bem como outros escondidos e inconfessáveis.
A guerra, a corrupção e os tráficos (armas, drogas duras e seres humanos) são inaceitáveis, seja qual for o regime, a latitude, o credo e o número de vítimas.
Depois da agressão e invasão da Ucrânia, as opiniões públicas demonstram não admitir o recurso às armas, sejam quais forem as justificações.
De Putin a Scholz, o fim da
Guerra na Europa está mais dependente da coragem e pressão das opiniões
públicas, sobretudo alemã e russa, do que das palavras pias dos líderes mundiais.