É o tempo de todas as derivas.
A terra treme, a liberdade de expressão está à direita, a censura à esquerda, a violência de Estado agudiza-se nos regimes democráticos e nas ditaduras, com a guerra a avançar perigosamente.
Ainda mais extraordinário é que o direito à livre opinião começa a ser atacado às claras, com prisões, detenções e até deliberações fraudulentas por quem tem como missão preservá-la.
O vírus da prepotência viaja a uma velocidade estonteante no ocidente, com os auto-intitulados humanistas, ecologistas e demais patriotas numa competição feroz com as ditadores com quem fazem negócios e mais negociatas.
Da imigração selvagem à guerra assassina e sanguinária, o arbítrio, os mísseis e as bastonadas são as respostas à contestação crescente da cidadania, a reacção desesperada e cobarde de quem já sabe que perdeu autoridade.
Para espanto global, o maior ataque às grandes e poderosas multinacionais dos alimentos ultra processados e dos produtos químicos partiu de Robert F. Kennedy Jr., o democrata norte-americano que caiu nos braços de Donald Trump.
Entretanto, Kamala Harris é cercada por multimilionários tão politicamente correctos quanto coniventes com a actual ordem corrupta, de mãos dadas com as secretas e as indústrias militar e farmacêutica.
O mundo está às avessas.
Portugal banaliza mais um Verão de urgências fechadas e de incêndios, repete ano após ano as mais ultrajantes situações que transformam o dia-a-dia do cidadão num inferno.
Aterrados com o que se passa lá fora, os portugueses sabem que nada mudou após mais de quatro meses da governação liderada por Luís Montenegro.
Mais grave: a percepção geral é de que nada vai mudar a médio ou longo prazo.
A esquerda fandanga e a direita reles, no poder há demasiado tempo, formando o Bloco Central mais perigoso de sempre, estão a dar provas que não olham a meios para tentar abafar os adversários.
Nem que atirem o país para o caos ou para novas eleições antecipadas.